quarta-feira, 2 de junho de 2010

Oxum Deusa da riqueza




Oxum
Oxum a poderosa Rainha Mãe, a mais perigosa das Deusas Africanas e uma das mais temidas. Poderosa Bruxa que encanta e enfeitiça a todos, é a senhora do mel e da magia, da vaidade e da riqueza, da persuasão e da sedução é responsável por todo o processo de gestação. É a senhora das águas doces, senhora das águas que proporciona a vida. Possue estreita ligação com a Iami Oxorongá. Criadora do Candomblé, Oxum se destaca como a Rainha do Candomblé. É uma das Principais Esposas de Xangô, no Brasil Oxum é considerada a Deusa do ouro, mas na África antiga o metal que lhe pertencia era o cobre, pois na época era o metal mais valioso e por esta razão o ouro por ser extremamente valioso lhe é atribuido nos dias de hoje.

Oxum, a primogênita de Iemanjá, mostrou aos Éboras que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade às mulheres, é na realidade motivo de orgulho. A fecundidade e fertilidade feminina lhe pertence.
Oxum é uma das Deusas do Amor, dividindo essa regência com a Deusa Obá. Oxum rege o amor bonito e sincero, o sentimento mágico que perdura para sempre, mas também rege o superficial e interesseiro, enquanto Obá rege o amor descontrolado, a paixão devastadora de onde sempre sai um ferido e outro aniquilado, rege o amor cego e incondicional.
O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em seu caminho. Poderosa guerreira não entra em uma batalha para perder. É a senhora da visão e é a ela que pertence o Jogo de Búzios.



Orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela deve ser a única capaz de centralizar as atenções. Na arte da sedução não pode haver e não existe ninguém superior a Oxum. No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada afinal o romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto à divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos seus atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês. Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto.




Qualidades de Oxum

Oxum Ominibu - Longe de ser uma qualidade, é um título que ela carrega por reger também as águas frias e profundas.

Oxum Karê - É um título que quer dizer aquela que pode nos fazer felizes ou a que pode cuidar de nós.

Oxum Ipondá - Título que diz, mãe que é o vale de onde convergem as águas da criação

Oxum Abotô - Título que diz, aquela que nos dá cobertura, que nos cobre em todas as nossas necessidades.

Oxum Ijimum - Ijumum é apenas o nome de uma das cidades onde o cultu a Oxum é predominante.

Oxum Oxogbô - Também é o nome de uma das cidades onde o culto de Oxum é predominante.



Adurá de Oxum




Osun mo pè ó o!

N'ò pè o s'Ikù enì kankan

Bénì n'ò s'árùn enì kankan

Mo pè o nìnì owó

Mo pè o nìnì omó

Mo pè o sì nìnì alàfìa

Mo pè o sì oro

Kì awà mà rijà amì o

Odódùn nì a mì orógbó

Odódùn nì mì obì lorì atè o

Odódùn nì kì wòn mà rì wà o

Bi a sè, éyì jù bayì lò, nì àmódùn

Ósùn só wà, kì o màá sì wàbalà lárìn awà omó ré

Kì ilé mà jó wà


Kì óna mà nà wà o

Pèsè asè fùn wà o


Enì asè amódì arà

Fùn nì alàfìa o

Okó obà, adà obà, kì ó mà sà wà lésè o

Kì awà mà rì ógùn idìlé!




Tradução

Oxun eu te chamo

Não te chamo por causa da morte,

Não te chamo por causa da doença de alguém.

Eu te chamo para que tenhamos dinheiro.

Eu te chamo para que tenhamos filhos.

Eu te chamo para que tenhamos saúde.

Eu te chamo para que tenhamos uma vida serena.

Para que não sejamos vitimados pela ira das águas.

Dizem que anualmente há orobôs na feira.

Dizem que anualmente há obís novos na feira.

Que as pessoas nos vejam todo o ano.

Do mesmo modo que fizemos tua festa, que possamos fazer outra melhor, no próximo ano.

Oxun, nos proteja, para que não haja problemas entre nós, teus filhos.

Para que haja paz em nosso lar.

Que nossos objetivos não se voltem contra nós.

Dá-nos axé!

À quem estiver doente,

Dá saúde!

Que as leis dos homens não sejam infringidas por nós.

Que não haja problemas em nossa família!

Opará
Opará, também chamada de Apará, assim como todas as Iyagbás, também é uma divindade das águas, é confundida como uma qualidade de Oxum devido a similaridade dos cultos, mas na realidade se trata de uma divindade a parte. Opará nasce da união de Xangô com Obá, é uma divindade muito perigosa.
A maternidade que é umas das marcas de Oxum não existe em Opará. Era Oxum quem se encarregava de cuidar da prole do Deus das Tempestades, enquanto ele guerreava. No caso de Opará ocorreu o mesmo, ela foi criada por Oxum, já que Obá, assim como Oyá Iansã, acompanhava Xangô em suas contendas. Opará herda o temperamento e a agressividade natural de Obá e a malícia e a vaidade de Oxum. Tornando-se assim a mais quente e agressiva de todas as Iyagbás superando até mesmo a própria mãe, Opará é a divindade feminina equivalente a Exú. É uma Deusa da Guerra, indomável, uma poderosa amazona que une força e vaidade, rege os ventos da noite, a umidade do ar e as águas puras que se intercalam entre abundância e escassez absoluta, seu fundamento maior é quando o Raio(Xangô) toca as Águas(Obá). Opará é impiedosa, arrogante e de carácter punitivo, mas apesar das desavenças entre Oxum e Obá, é muito próxima de Obá bem como de Oxum, de quem recebeu o Espelho de Ikú( uma espécie de espelho encantado que traz a morte para que o olhar). Asim como os pais Opará possui forte ligação com a morte e, assim como Oxum, possui ligação com as Eleyés.









Obá e Opará - Mãe e Filha


Opará - Xangô e Obá






A união de Xangô e Obá
Transcorre um culto nos arredores da cidade, é eleko. Uma sociedade restrita, onde apenas mulheres realizam o culto. Que possue como matriarca a temida Obá, a fundadora desta sociedade que cultua a ancestralidade feminina individual.
Nem um homem poderia sequer assistir o ritual do segredo, sendo punido por Obá com sua própria vida.
Certo dia, em uma das noites de culto, Xangô caminhava alegremente e dançava ao som do batá. Quando percebe, ao longe um aglomerado de mulheres, realizando uma cerimônia sob as ordens da enérgica Obá.
Xangô era muito curioso e não se conteve aproximando-se da cena, ficando a espreita.
Xangô encantou-se com a rara beleza de Obá, que apesar de não ser tão jovem era a mais bela mulher que ele já vira. No momento de distração, Xangô foi percebido e cercado pelas mulheres, foi levado a presença da grande deusa, que lhe falou o preço que haveria de pagar por sua audácia em violar o culto sagrado de Elekó. Mas a própria Obá que encantou-se com a inigualável beleza de Xangõ apaixonando-se de imediato, relutou em aplicar a sentença de morte e usou de sua supremacia no culto para ditar nova regras, dando nova chance a Xangô:
"Todo homem, que violar o culto, se for do agrado, da senhora do culto, deverá unir-se a ela como marido ou aceitar a pena de morte"
Xangô não pensou duas vezes, seria poupado da sentença e ainda sim possuiria a grande deusa por quem havia se apaixonado. A cerimônia de união de Xangô e Obá foi realizada dentro dos limites de Elekó. Foi o inicio de uma grande paixão, nunca se viu tanto amor.
A deusa guerreira e justiceira que pune os homens que maltratam as mulheres, descobriu um sentimento novo por um homem além do ódio. Descobriu todo o amor que um homem pode dar. A grande rainha de Elekó, a rainha de Xangô aprendeu a amar e ser amada.
Nasce, dessa grande paixão, uma criança, uma menina, nasce Opará, nasce a mais bela, justiceira e feroz guerreira. Herdou o melhor do pai e da mãe e prosseguiu com o culto.

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