sábado, 14 de novembro de 2009

Um pouco sobre Candomblé e seus Ritos






Adura Ogun (na língua Yoruba)

Ogun pele o,
Edun irin,
Ogun okunrin ogun.
Enii ti somo emia dolola,Gbigbe ni o gbe mi bi o ti
gbe Akinoro ti o fi kole ola fun,
Ogun awoo alakaiye osin imole,
Egbe lehin eni anda loro.Ogun gbe mi o,
Ogun ma pami, omo elomiran
ni ki o pa.
Ogun, emi beru reOgun so mi di olowo, somi di oloro,Iwo ni olona ola,
Toribe ki o wa la ona ola fun mi.Ki o si maa da abo re bomi titi lai.

Ase

Adura Ogun (na língua Portuguesa)

Ogum, te saúdo
Dono de matérias de ferro,
Ogum da guerra,
Você que torna as pessoas para
que sejam ricas,
Ogum me enriqueça como
você enriqueceu Akinoro e
fez dele um homem forte do
mundo, o maior no mundo,
Você que é protetor daqueles
que são feridos.
Ogum me salva,
Ogum não me mate, mate
o filho de outro.
Ogum, eu tenho medo de você
Ogum me torna rico, me torna
próspero,
Favor Ogum, abre o caminho
de bondade, ajuda e da prosperidade,
Você é o dono das riquezas,
Assim, me abre o caminho da
prosperidade.
Para que você me proteja para sempre.

Axé

As Oferendas - Mariwo, Obi, Galo, Igbin, Azeite de Dendê, Banana Frita, Vinho de palma e Feijão torrado.

Adura Ode (na língua Yoruba)

Ode Amoji elere,
Otiti, ami-ilu-wo-bi ojo,

Ari-sokoto-penpe-gbon-eni ona
Ikire

Bo ba gbo, ma da miran si.

Alaja, amu owenu-obo,

Baba ni fikifiki ekun, ako oru,

Onile iku, maa je ki nri o,

Asindele laa sinmo eni,
Jowo dabo bo mi,
Maa jeki owo won mi
Maa jeki owo won mi
Wa fun mi ni alafia,
Emi be o, wa so ibanuje mi dayo,
Fun mi ni abo re to ni
pon ki o somi idi oloro

Ase.

Adura Ode (na língua Portuguesa)

Ode Amoji elere,
Pessoa forte que sacode a
cidade,

Pessoa que veste bermuda
nas estradas molhadas da cidade
do Ikire,

Se forem rasgadas, ele tem outras

Ode tem cachorros que matam
owe (um animal) e os macacos,

Meu pai, o forte leopardo,
que não tem medo da madrugada,


Você que guarda morte em casa,
favor não me deixe ver
você de mau humor,

Você que proteja seus filhos,
Favor me proteja,
Não deixa faltar dinheiro,
Não deixa faltar filhos,
Me dê a paz,
Eu te peço, torna minha tristeza
em alegria,

Me dê a sua forte proteção
e que me torne próspero.

Axé.

As Oferendas - Acassa, Ekuru, Acarajé, Pombos e Galinha.

Adura Oya (na língua Yoruba)

Iyawo Obakoso,

Odo kun ko kun, ko si
eniti Oya ko le gbe lo,

Maa jeki gbe mi lo,

Maa jeki nku iku odo,

Maa jeki nku iku ina,

Iya mi borokinni,

Jowo emi nfe oro lati
Odo re,

Emi nfe alafia,

Emi nfe ailera,

Emi nfe ilosiwaúu,

Iyawo onibon-orun, jowo
somi di oloro.

Ase.

Adura Oia (na língua Portuguesa)

Esposa de Obakoso (Xangô)

O rio enche ou não, não há
ninguém que Oia não leve,

Não deixe o rio me levar.

Não me deixe morrer afogado,

Não me deixe morrer no fogo,

Minha mãe é bonita,

Eu quero prosperidade de você,

Eu quero paz,

Eu quero saúde,

Eu quero progresso,

Esposa de dono da trovoada
no céu (Xangô), favor faça-me rico.

Axé.

As Oferendas - Acarajé, Oole (feito com feijão branco), Cabra e Galinha.

Adura Yemoja (na língua Yoruba)

Yemoja ooo,

Wa gbo ebe mi,

Iwo ti nfun eniti nwa
omo ni omo,

Jowo mo pe o, fun mi
ni omo,

So mi di oloro,

Yemoja, yeye awon eja,
fi abo re bo mi,

Ki iku, jowo so ekun mi
dayo.

Ase.

Adura de Iemanja (na língua Portuguesa)

Mãe Iemanjá

Ouça meu clamor,

Você quem dará filhos para
quem querem,

Por favor me dê filhos,

Me torna próspero,

Iemanja, mãe dos peixes me
proteja com a sua proteção,

Para que a morte e doenças
não entre na minha casa.

Minha mãe, favor tornar os
meus choros e sofrimentos
em alegrias.

Axé.

As Oferendas - Milho, Cará, Cará, Galinha, Pata, Galinha de Angola.

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Copyright 2009 - Ase Omo Oduduwa - Todos os direitos reservados.

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ÈSÙ

Ère Èsù

Èsù é um Òrìsà de grande importancia entres os Yorùbá. Por ser muito corajoso e esperto, é considerado maior do que os outros Òrìsà, e nunca é esquecido por seus cultuadores que, a fim de aplacar sua ira, fazem-lhe as oferendas de alimentos sempre em primeiro lugar. Pode ser maldoso a qualquer momento, sendo por isso chamado de Buruku (qualificação maligna).

Os Yorùbá acreditam que ele sempre carrega um objeto chamado Agongo Ogo, com o qual realiza suas maldades. A imagem de Èsù é feita de um conjunto de pedras (Yangi). Fazem-lhe sacrifícios para mantê-lo em frente de casa, mas sua imagem jamais é mantida no interior do lar, sob pena de amaldiçoar a família.

É comum oferecer a Èsù, entre outros, bodes (Òbúko), azeite-de-dendê (Epò Púpà), galos (Àkùko), caracóis (Ìgbín), acaçá e Obí. Sobre sua imagem (Ère) colocam-se azeite-de-dendê (Epò Púpà) e sangue de animal ( Èjè), simbolizando seu banho por essas substâncias. Èsù é inimigo de alguns Òrìsà. A fim de incitá-lo à maldade contra alguém, coloca-se sobre sua imagem (Ère) um óleo denominado adí e um bilhete contendo o nome da pessoa contra quem se pratica o feitiço. Pessoas pedem também fecundidade a esse Òrìsà. Conseguindo-a, dão a seus filhos nomes que incluem o de Èsù, tais como Èsùtosin (É bom cultuar Èsù), Èsùbìyí (Nascido de Èsù) etc. Èsù possui também outros nomes, como Elégbára, Elégbáa, Leégbá.

As cidades onde se cultua Èsù são: Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta e Ekiti. Há cem anos atrás costumava-se sacrificar seres humanos em homenagem a Èsù, pratica hoje abandonada.

ÒGÚN

Ère Ògún

Ògún é o Òrìsà do ferro. Qualquer coisa feita desse metal lhe é atribuído, e todo ferreiro o cultua. A mãe de Ògún se chama Tabutu e seu pai Ororinna. Ògún era um caçador de grande fama. De acordo com as lendas, no começo do mundo os Òrìsà tentaram atravessar uma selva sem sucesso. Òòsàálá foi o primeiro a tentar abrir o caminho, mas sua espada se quebrou por falta de resistência. Por fim, foi Ògún que conseguiu abrir passagem com seu facão.
Ògún gostava de brigar e de caçar animais. Devido a seu gosto pela caça, trocou a cidade de Ifé pela selva. Mais tarde retornou a Ifé, mas finalmente partiu para a cidade de Ire, região de Ekiti, de onde surgiu sua designação de Ògún Onire.

Lá recebeu comida e vinho de palmeira e ajudou o povo em tempo de guerra. Festeja-se Ògún entre os meses de julho e agosto, suas comidas são: Ajá (cachorro), Iiyan (pirão de inhame), Àkùko (galo) e Obì. Sua bebida é o emu (vinho de palmeira). Sua roupa é o màrìwò.

No santuário de Ògún em cada cidade, sete cães são mortos como sacrifício ao Òrìsà por ocasião da sua festa, que dura sete dias. Ao contrário do que se pensa, não existem sete diferentes Ògún. Na verdade, ele possui sete apelidos, que lhe foram dados nos sete lugares por onde passou, que são:

1) Ògún Alara
2) Ògún Onire
3) Ògún Ikole
4) Ògún Elemona
5) Ògún Akirum
6) Ògún Gbenàgbenà
7) Ògún Makinde


As cidades onde se cultua Ògún são: Ilá, Ire, Ilesa, Ondo, Ifé, Ikirun e Akure.

NGÓ

Ère Sòngó

Diz-se que ngó foi o primeiro rei de Oyo, Guerreiro, impôs sua força a várias populações. Atribuía-lhe a habilidade de realizar feitiços, o que era insólito mesmo para um rei Yorùbá. Elaborou planos contra inimigos. Em certa ocasião, desejoso de experimentar sua pirotécnica, acabou incendiando seu próprio palácio.

Devido à sua irresponsabilidade, ngó foi expulso de Oyo por seu próprio povo. Não podendo contar com seus amigos, partiu para o exílio em companhia somente de suas esposas. Uma delas não teve coragem de concluir a viagem e, abandonando seu marido, foi para Ira, sua cidade nativa. Envergonhado da situação que criara, ngó enforcou-se. A notícia de seu suicídio logo atingiu a cidade de Oyo.
Embaraçados, os amigos de ngó decidiram dar fim ao escandalo. Para tanto, causaram uma série de incêndios na cidade, colocando material inflamável nos tetos das casas. Alarmado, o povo viu no fogo uma vingança de ngó, em cuja morte não acreditou. Na realidade, os populares não sabiam que o fogo, causado durante uma trovoada, fora um artifício para levá-los a venerar ngó.

Houve, há muito tempo, uma aldeia perto de Oyo, chamada Koso, que servia de centro de culto a ngó. Quando se transferiu Oyo para outro local, transferiu-se igualmente o centro do culto. Mas era aquela aldeia que sobrevivia a lenda de ngó.

Ainda segundo a tradição, Oya, esposa favorita de ngó, morreu ao saber do enforcamento do marido. Do local em que morreu surgiu grande quantidade de água, que se transformou no rio Oya. O mesmo aconteceu com Òsun, que originou o rio de mesmo nome, localizado na cidade de Osogbo.

ÒÒSÀÁLÁ

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Segundo a tradição, Òòsàálá desfruta de situação de Òrìsà máximo. Chama-se também Obàtálá, que significa "Rei Maior". Deus o teria criado antes de todos os outros e lhe teria dado o poder de auxiliar na criação dos seres humanos.

Enquanto Deus faria os corpos brutos, Òòsàálá faria os olhos, os narizes, as orelhas e outras partes dos corpos. É também chamado de "Ate-re-re-kaiye, Olódùnmarè".
Os Yorùbás rezam para que Òòsàálá favoreça as mulheres grávidas e, para agradá-lo, entoam canções especialmente em sua honra:

"Eni s'oju s'emu (A pessoa que fez olho e nariz)
Òrìsà ni maa sin
(Òrìsà que vou cultuar)
Adani b'o ti ri
(Criou a pessoa como ela é)
Òrìsà ni maa sin
(Òrìsà que vou cultuar)
Eni ran mi w'aiye
(A pessoa que me mandou para o mundo)
Òrìsà ni maa sin
(Òrìsà que vou cultuar)

Òòsàálá
não gosta de azeite-de-dendê, osùn, e de qualquer coisa vermelha. Seus sacerdotes e cultuadores usam roupa branca no dia de sua festa. As cultuadoras também usam turbantes e contas brancas. O Òrìsà, aliás, exige, tradicionalmente, não apenas alvuira na vestimenta mas também retidão nas pessoas.

A comida típica do Òrìsà é o pirão de inhame (isu) e molho feito de uma substância chamada Banha de Orí e caracol (Ìgbín) branco.

Coloca-se diariamente àgua de nascente em seu santuário, pintado com efun. A portadora da àgua deve necessáriamente ser uma moça virgem ou uma senhora que já não mantém mais relações sexuais. Ao trazer a àgua, a portadora vem tocando agogô, a fim de alertar a população da sua chegada. Durante o percurso ela não pode falar e ninguém deve lhe dirigir a palavra.

OBALÚWÀIYÉ

Obalúwàiyé é um Òrìsà considerado muito poderoso, a ponto de inspirar medo. Seus crentes acreditam que possa praticar inesperadas maldades. Devido aos malefícios praticados pelos sacerdotes guiados por esse Òrìsà, o governo proibiu, em decisão única, o seu culto.

Certo dia, Òrìsàlá ofereceu uma festa à qual convidou todos os Òrìsà. comeram, beberam e depois dançaram. Impossibilitado de dançar devido a seu problema fisíco, envergonhou-se e retirou-se. Mais tarde voltou, e resolveu empreender uma dança. Desequilibrando-se, caiu, o que levou os outros Òrìsà a rirem dele. Enfurecido com o escárnio, começou a bater em todos com sua bengala, que Òòsàálá, entretanto conseguiu lhe tomar. Desarmado, Obalúwàiyé fugiu e todos os presentes correram atrás dele. Refugiou-se na selva, motivo pelo qual seu santuário também se localiza na selva.

Não há período estabelecido para o culto a Obalúwàiyé. As pessoas o veneram quando são acometidas de varíola. Para curar-se da doença, vão até seu santuário e oferencem-lhe sacríficios.

ÌBEJÌ

Ìbejì é o Òrìsà dos gêmeos. Da-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorùbá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho.

Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em honra ao Òrìsà .

As comidas típicas de Ìbejì são: feijão fradinho, acaça, cana-de-açucar, frangos etc.

No dia de sua festa, os pais entoam a seguinte canção:

"Epo mbe, ewà mbe o (Tem azeite-de-dendê, tem feijão)
Aiya mi ko ja, o ye (não tem mêdo, sabe)
aiya mi ko ja (não tem mêdo)
Lati bi Ìbejì (para ter Ìbejì)
Epo mbe, ewà mbe o (Tem azeite-de-dendê, tem feijão)"

EGÚNGÚN (Orixá dos mortos)

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Os Yorùbá chamam Egúngún, Òrìsà dos mortos, de Ara-Orun-Kinkin isto é, pessoa vinda do céu. Por acreditarem que os mortos se mantêm perto dos vivos, fazem rituais em sua homenagem, ocasião em que os Egúngún vêm à Terra.

Graças à vinda de Egúngún os Yorùbá acreditam que o relacionamento entre os vivos e os mortos será eterno. Por isso, cada família possui um Egúngún específico como objeto de culto, que representa uma pessoa forte já falecida. O nome do Egúngún de cada família é, portanto, diferente.

O lugar de onde provêm os Òrìsà dos mortos se denomina Igbalé. Acredita-se que eles venham para o mundo vestindo ou uma roupa de màrìwò (folha da palmeira) ou peles de animais. Escondem seus rostos e seus corpos para evitar que alguém os confunda com ser humano normal.

Não é permitido tocar um Egúngún no dia do ritual em sua homenagem. As mulheres estão proibidas de olhar para certos Egúngún, sob o risco de morrerem na mesma hora. As festas em honra a Egúngún duram de 3 a 7 dias, durante os quais se oferecem dinheiro, animais, Obì (tipo de noz) e outros objetos considerados bons para atrair a simpatia do Òrìsà.

/ falMAGIAS

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A prática da magia entre os Yorùbá envolve crença, cura medicinal, envenenamento, amuletos, bruxaria etc. A magia é empregada com diversos fins tais como:
ganhar dinheiro, por feitiço em outrem, ter sucesso no amor, induzir mulheres a fazer algo que normalmente não fariam, detectar envenenamento na comida ou bebida, defender-se contra armas, assaltantes, maldições e outros. Neste último caso, já houve um tempo em que se faziam sacrifícios humanos.
Recorre-se ainda à magia em caso de doença de filho, cujo pai se encontra distante. Busca-se então alguém a alcançar o pai, e para fazê-lo à tempo, emprega-se uma magia denominada ka nako (encurtamento de caminho). Assim, não há distinção nítida entre medicina e magia. Qualquer pessoa pode praticar medicina entre os Yorùbá. Os medicamentos preparados por médicos nativos são purgativos, e quase sempre, eficazes. Conhecem-se inclusive muitos métodos de tratamentos da blenorragia.

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Toda Óògun (medicina) se baseia na botânica, como indica seu nome alternativo Egbogi (raiz de árvore), e na zoologia. Devido às dificuldades de tradução, seria despropositado citar os diferentes tipos de doenças curadas através de magia e os ingredientes empregados com o valor medicinal. Entretanto, pode-se dizer que quando praticam com o próposito de curar, a magia não pressupõe conhecimento exato de seus processos. Um indivíduo que preserva alguns ingredientes pode não saber realmente seu mecanismo de atuacão no organismo.

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Recipiente usado para guardar os
produtos usado nos trabalhos (Obrigações)

Posso afirmar que muitas pessoas ao meu redor já foram testemunhas dos efeitos da magia. Essas pessoas tiveram a oportunidade de assitstir ao culto nacional a Ògún, ao qual compareceram pessoas de todos os lugares, longíncuos e próximos. Foi nessa ocasião que presenciamos os efeitos da magia já que, neste dia, praticaram-na uns sobre os outros.
Digo que Sìgìdì (magia) é uma imagem feita de barro, pode executar tarefas para o mestre que o construiu. À noite, a imagem mata inimigos de seu mestre; por outro lado, este deve permanecer acordado até de manhã, se não corre o risco de ser morto por sua própria criação quando retornar.

AS MAGIAS

Chamamos de magias todos os encantamentos, preparados, objetos e oferendas com finalidade específica. Ou seja, toda forma de utilização do conhecimento espiritual na vida prática. A magia pode ser usada para o amor, saúde, proteção e sucesso profissional.

Para o amor

Para a saúde

Para proteção

Para sucesso profissional

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março de 2009

Oriki. Orin. Orações para orixás, Reza para todos Orixás, Oriki para Iansãn, Oia, Obaluaye, Ogum, Exu, Orikis para todos os Orixás. Adura e Ofó.

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Oriki palavra da língua Yorùbá, que tem vários significados, um deles pode-se traduzir como literatura ou textos.

A literatura e a língua eram usadas oralmente pelos povos Yorùbá, pois não existia uma codificação escrita para o idioma antes do século XIX. A primeira gramática Yorùbá foi publicada em 1843 pelo Bispo Samuel Ajayi Crowther da Igreja Anglicana.

Os Iorubás constituem o segundo maior grupo étnico na Nigéria, representando 18% da população total aproximadamente. Vivem em grande parte no sudoeste do país, também há comunidades de iorubas significativas no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil.

Eles acreditam que o nome da pessoa tem a ver com a sua essência espiritual, denotando grande dificuldade em dar nomes a seus filhos. Um tipo especial de nome é Oriki (neste caso, poesia ou texto poético), que é melhor descrito como nome afetuoso ou carinhoso. A crença é que chamar uma pessoa por seu oriki é inspirá-lo, uma vez que vai apaziguar seu Ori (cabeça).

0RÍKÍ TÍ ÈSÚ
ORÍKÌ TI ÈSÚ

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú láaróyè, Èsú láaróyè
Èsú láaróyè, È s ú láaróyè

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú Láàlú Ogiri Òkò Ebìtà Okùnrin
Èsú Láàlú Ogiri Òkò E bìtà O kùnrin

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú òta òrìsà
Èsú é Orixá da pedra (iangui)

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Osétùrá l'oruko bàbá mó ó
Oxeturá é o nome pelo qual é chamado por seu pai

Alágogo ìjà l'oruko ìyá npè o
Alágogo Ìjà, é o nome pelo qual sua mãe o chama

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú Òdàrà, omokùnrin Ìdólófin
Èsú bondoso, filho homem da cidade de Ìdólófìn

O lé sónsó sórí orí esè elésè
Aquele que tem a cabeça pontiaguda fica no pé das pessoas

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Kò jé, kò jé kí eni nje gbe e mì
Não come e não permite que ninguém coma ou engula o alimento


Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

A kìì lówó láì mu ti Èsú kúrò
Quem tem riqueza reserva para Èsú a sua parte

A kìì láyò láì mu ti Èsú kúrò
Quem tem felicidade reserva para Èsú a sua parte

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Asòntún se òsì láì ní ítijú
Fica dos dois lados sem constrangimento

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú àpáta somo olómo lénu
Èsú, montanha de pedras que faz o filho falar coisas que não deseja

O fi okúta dípò iyó
Usa pedra em vez de sal

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Lóògemo òrun a nla kálù
Indulgente filho do céu cuja grandeza está em toda a cidade

Pàápa-wàrá, a túká máse sà
Apressadamente fragmenta o que não se junta nunca mais

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú máse mi, omo elòmíran ni o se
Èsú não me faça mal, manipule o filho do outro

Èsú máse, Èsú máse, Èsú máse
Èsú não faça mal, È s ú não faça mal, È s ú não faça mal

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o
Èsú escute o meu louvor à ti

ÁDÚRÁ TÍ ÓGÚN
ÀDÚRÀ TI ÒGÚN


Ògún dà lé ko
Ògún constrói casa sozinho

Eni adé ran
A mando do Rei

Ògún dà lé ko
Ògún constrói casa sozinho

Eni adé ran
A mando do Rei

Ògún to wa do
Basta Ògún, nas instalações de nosso vilarejo

Eni adé ran
A mando do Rei

Ògún to wa do
Basta Ògún, na instalação de nosso vilarejo

Eni adé ran
A mando do Rei

Asè

ÀDÚRÁ TÍ NÁNÁ
ÀDÚRÀ TI NÀNÁ


E kò odò, e kò odò fó
Encontro-lhe no rio, encontro-lhe no leito do rio

E kò odò, e kò odò fó
Encontro-lhe no rio, encontro-lhe no leito do rio

E kò odò, e kò odò fó
Encontro-lhe no rio, encontro-lhe no leito do rio

E kò odò, e kò odò fó
Encontro-lhe no rio, encontro-lhe no leito do rio

Kò odò, kò odò, kò odò e
Encontro no rio, encontro no rio, encontro-lhe no rio

Dura dura ní kò gbèngbè
Esforçando-me para não afundar na travessia do grande rio

Mawun awun a tì jô n
Lentamente como uma tartaruga trancada suplicando perdão

Saluba Nana, saluba Nàná, saluba.
Saluba Nàná, saluba Nàná, saluba.


ÀDÚRÁ TÍ ORÓ
ÀDÚRÀ TI ORÍ


Orí ení kini sàka ení
Cabeça que está purificada na esteira

Orí ení kini sàka yan
Cabeça que está purificada na esteira caminha soberbamente

Orí olóore ori jè o
A cabeça do vencedor vencerá

A saka yìn ki ya n’to lo ko
A cabeça limpa que louvamos mãe permita que façam uso dela

A saka yìn ki ègbón mi gbè
A cabeça limpa que louvamos meu mais velho conduzirá

Ìta nù mo bo orí o.
Ar livre e limpo oferendo a cabeça.

Asè


OFÓ TÍ ÁSÉ
OFÒ TI ÀSE

Àse Òrìsà lenu mi o
Força de Orixá em minha boca

Àse Òrìsà lenu mi
Força de Orixá em minha boca

Gbogbo ohun mo tí wi
Toda minha voz é entendida

Níki irun ìmònle oba o
e sentida pelos 400 Espíritos Reais

Àse Òrìsà lenu mi.
Força de Orixá em minha boca.

Asè


ÁDÚRÀ TI ELÉDA
ÀDÚRÀ TI ELÉDA


Àwa Nà Wúre Eléda Wa
Nós Temos Boa Sorte Repartida Pelo Senhor Da Criação

Àwa Nà Wúre Eléda Wa
Nós Temos Boa Sorte Repartida Pelo Senhor Da Criação

Mo Adúpe Wúre Ati Odúnmódún
Eu Agradeço Pedindo Abenção A Muitos Anos

Mo Adúpé Wúre Ati Èsú Mòsu
Eu Agradeço Pedindo Abenção A Essência Do Meu Criador

Mo Adúpé Wúre Iba Gbogbo
Eu Agradeço Pedindo Abenção E Saudando A Todos

Àwa Nà Wùre Eléda Wa.
Nós Temos Boa Sorte Repartida Pelo Senhor Da Criação.

Oriki de Iansã.

Oyà A To Iwo Efòn Gbé.
Ela é grande o bastante para carrega o chifre do búfalo

Oyà Olókò Àra.
Oyà, que possui um marido poderoso

Obìnrin Ogun,
Mulher guerreira

Obìnrin Odé.
Mulher caçadora

Oya Òrírì Arójú Bá Oko Kú.
Oyà, a charmosa, que dispõe de coragem para morrer com seu marido

Iru Èniyàn Wo Ni Oyà Yí N Se, Se?
Que tipo de pessoa é Oyà?

Ibi Oya Wà, Ló Gbiná.
O local onde Oyà está, pega fogo

Obìnrin Wóò Bi Eni Fó Igbá.
Mulher que se quebra ao meio como se fosse uma cabaça

Oyà tí awon òtá rí,
Oyà foi vista por seus inimigos

Tí Won Torí Rè Da Igbá Nù Sì Igbó.
E eles, assustados, fugiram atirando as bagagens no mato

Héèpà Héè, Oya ò!
Eeepa He! Oh, Oyà!

Erù Re Nikan Ni Mo Nbà O.
És a única pessoa que temo

Aféfé Ikú.
Vendaval da Morte

Obìnrin Ogun, Ti Ná Ibon Rè Ní À Ki Kún
A mulher guerreira que carrega sua arma de fogo

Oyà ò, Oyà Tótó Hun!
Oh, Oyà, à Oyà respeito e submissão!

Oyà, A P’Agbá, P’Àwo Mó Ni Kíákíá,
Ela arruma suas coisas sem demora

Kíákíá, Wéré Wéré L’ Oyà Nse Ti È
Rapidamente Oyà faz suas coisas

A Rìn Dengbere Bíi Fúlàní.
Ela vagueia com elegância, como se fosse uma nômade fulani

O Titi Tí Nfi Gbogbo Ará Rìn Bí Esin
Quando anda, sua vitalidade é como a do cavalo que trota

Héèpà, Oya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!
Eeepa Oya, que tem nove filhos, eu te saúdo!

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junho de 2009

Iniciação, feitura de santo, iniciação no candomblé, obrigação de sete anos, deka, oiê ou Oyê, odu ejé, odu keta

Feitura de santo na iniciação Ketu.

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Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber, a outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo, esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.

A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem, salientando-se que todo o ritual da iniciação não é público. Salientando também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de odu ejé.

Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação, se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.


Barco de Iaô
A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único.

No caso do barco o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, quinto de Gamo, sexto de Gamutinho, sétimo de Vimo, Oitavo de Vimutinho, nono de Gremo, decimo Gremutinho, decimo primeiro de Caçula e daí por diante, essa sequência de nomes são usadas na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.

Já houve barcos com quinze Iaôs que se tem notícia, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs, a maioria das casas recolhem no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros nesse caso será recolhido sozinho.


Iniciação
Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza que serão apurados no jogo de búzios, e tomando banhos com folhas sagradas e abô, ficará recolhida no roncó (quarto específico de recolhimento), próximo ao peji e será feita a primeira obrigação que é o bori, no final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes.

Em seguida começa a contar o período de 16 dias, aí tem início o longo aprendizado das rezas, costumes, práticas, lendas, histórias e a iniciação propriamente dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão oferecidos animais, comida ritual, flores e frutas.


Saída de Iaô
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Segunda saída de Iaô, pintura colorida. No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô", essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da casa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem quatro.

Inicia-se o candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e canta-se algumas cantigas para cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas.

Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, do Babalorixá ou Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques o Axé do centro do barracão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.

A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os orixás e a pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e vermelho osùn. O Iaô sendo de oxalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta.


Momento mais esperado da iniciação (Orunkó)

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Orunkó. Hora do nome do Iaô candomblé. A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.

A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características de cada Orixá, para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.


Ajeum ou Banquete

Banquete no ritual de candomblé. Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhas, patos, pombos, canjica, milho cozido, inhame, pipoca, acaçá, acarajé, toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas alcoólicas nesse caso é servido o Aluá, nas casas que permitem é servido refrigerante e cerveja.

Algumas casas atualmente não servem comida de santo para os presentes, dependendo das posses do iniciado poderá se contratar um Buffet para o banquete onde serão servidos aos convidados todos os requintes contratados.

Seguimento da iniciação chamado Urupim.


No mesmo dia ou não, dependendo do costume da casa, as luzes elétricas são desligadas, e inúmeras velas são acesas, ouve-se um cântico tristonho como nos rituais fúnebres axexê, o Iaô cercado dos mais velhos, Iyaefun, Iyadagan, iyamorô, Iyabassê Iyakekerê e puxada pelo Babalorixá ou Iyalorixá é trazido do peji ao ile axé com um alguidá ou balaio coberto com pano branco e ornado com flores brancas e mariwô, contendo inumeros objetos, comida ritual e o cabelo rapado no inicio da obrigação. Este ritual é denominado pelo povo do santo de carrego de urupim e pode ser assistido por alguns membros da comunidade, mas não chega a ser uma festa pública, fechando um ciclo do rito de passagem de abiã "não nascido" para iaô "noviço ou recém nascido".


Passada a festa o Iaô ficará mais uns dias na roça dependendo do jogo de búzios e a confirmação no merindilogun, depois será levado para sua casa pela Iyalorixá que a entregará a sua família.


Ritual do Panã.


O iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Numa dramatização muito divertida onde todos da comunidade tem um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo iniciado. O ritual de apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer, finalizando este ritual com outro rito chamado Kàrô (juramento feito diante do obi e uma quartinha).


Caída de kelê

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Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de ewo. Terminado o período de quelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar a comumente chamada "caída de quelê".

É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em bares e restaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade.

Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, beje, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.


Obrigação de um e três anos


Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho mar e outros. Será feita a obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidos comida ritual, frutas e flores.

Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas no candomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé).


Obrigação de sete anos (odu ejé)https://p2j2oq.bay.livefilestore.com/y1mtXCb_iYJGiMxuNa6xRQEZ2C01hkf3HgMWrT3jdUDoM0uGfQwDsAekguDm7B1AfsWSOiWTr5XhuAxlmpkGvEp1y2lFYd5s2sMolcWYRxw2M5tKotzTXpdfmSLEeVADhyrF2qjwS3ezdj_x_JTW-OBtQ/16-082008Olubaj%C3%A9%202008%20030.jpg
Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.

A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.

Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá.

Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.

Odu ejé, orò odún kéje ou odum ejé são nomes pertinentes a obrigação de sete anos, que pode ocorrer a partir dos sete anos de feitura de santo de um elegun, iaô ou outro iniciado, desde que estes tenham pago suas obrigações de um (1) ano odú Kíní e três anos odú kétà.


Esta obrigação é uma das mais significativas e impotantes na vida de um iniciado, pelo fato de marcar um novo ciclo, adquirindo posição ou statos na hierarquia familiar do candomblé, pois é um rito de passagem de iaô para ebonmi.

Dependendo do espírito de iniciativa, liderança e aptidão, que esta pessoa tenha no ciclo de convivência do povo do santo, pode ser pronunciada a comunidade, pelo seu babalorixá ou iyalorixá a continuar no ile axé de iniciação, agora como sacerdote ou sacerdotisa, ocupando cargos como iamorô, iyalaxé, sarapembê, iyaefun etc. Ordinariamente se ouve dizer que "fulano de tal" recebeu o cargo na obrigação de sete anos.

Neste sagrado ritual, o novo ebonme estará apto também a tornar-se um Babalorixá ou Iyalorixá para fundar o seu próprio ile axe, dependendo da confirmação no jogo de merindilogun consultado previamente. Daí a obrigação de odu ejé é programado e feito com outro ritual chamado de Oyê.

Oyê, oyè ou ipò. (Deka) cargo de santo ou Àwon Ipò Òrìsà.

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Oyê, oyè ou ipò são nomes consernentes a um tipo de cargo especifico na cultura Jeje-Nagô, outorgado por um sacerdote do candomblé, babalorixá ou iyalorixá a um elegun, geralmente na obrigação ou depois do odu ejé. Igualmente chamado de Àwon Ipò Òrìsà e Deka no candomblé de angola .


Complexidade
Neste ritual complexo e exaustivo, tem início até mais de um ano retroativo, pois é necessário a construção de um ile axé com a preparação devida de onile, fundação de um peji e vários outros assentamentos de orixás, iniciação ritual dos atabaques, Agogô, adjá etc.


Petrechos

Rumgebe.Afro brasileiro.candomblé.No dia propriamente dito da entrega do Oyê, um grande cabaça denominada de igbá, também chamada de cuia de axé é recheada com vários objetos sagrados, que o novo sacerdote vai utilizar durante muito tempo de sua vida sacerdotal, até mesmo na sua ultima obrigação chamada de axexê, contendo obi, orobô, aridan, ekodidé, navalha, faca, tesoura, efun, limo da costa e o importante fio de conta mais cobiçado do povo nagô o Humgebê.

Desfecho

Meridilogun.Sob o igbá encontra-se um opon merindilogun, "Peneira de palha" ornada com búzio e palha da costa, onde está depositado o mais precioso e poderoso instrumento de consulta aos Deuses africanos, chamado de merindilogun. A entrega da cuia de axé geralmente é feita no barracão na presença de todos presentes, logo em seguida o orixá do novo sacerdote responde, confirmando à aceitação, todavia o mesmo é submetido a teste de aprendizado tendo que jogar os búzios na presença dos sacerdotes mais velhos, inclusive de outros terreiros.


Iniciação ou confirmação de Ogans e Ekedis.

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Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver em transe.

Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.

Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.

Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê.

econosco@aseomooduduwa.com.br