quarta-feira, 4 de julho de 2012

O PORQUÊ DOS MOVIMENTOS ANTIMAÇÔNICOS


Prancha em homenagem aos Conhecedores IIR.`. dos Augustos Mistérios, Respeitabilíssimo IR.’. Carlos Basílio Conte do GOSP.’./GOB.’., e Respeitabilíssimo IR.’. José Ebram da GLESP.’. "A Maçonaria é uma fraternidade dentro de uma fraternidade - uma organização exterior que esconde uma irmandade interior dos eleitos... é necessário estabelecer a existência dessas duas ordens separadas, porém independentes, a visível e a outra invisível. A sociedade visível é uma esplêndida camaradagem de homens 'livres e aceitos' que se reúnem para dedicarem seu tempo às atividades éticas, educacionais, fraternais, patrióticas e humanitárias. A sociedade invisível é uma fraternidade secreta e augustíssima cujos membros dedicam-se ao serviço dos arcanos." [Lectures on Ancient Philosophy, Manly P. Hall, pg 433] Inicio os traçados de meu trabalho utilizando-me do conteúdo encontrado no site www.espada.eti.br, eminentemente antimaçom, onde relata segundo sua ótica, práticas comumente adotadas pelos maçons, que são incompatíveis com a religião de Cristo. “Adivinhação (proibida na Bíblia); Adoração da Natureza (a adoração ao sol é a adoração mais básica na Maçonaria invisível); Adoração à Serpente (a Maçonaria não apenas é uma religião, como também adora a Serpente, na verdade, o próprio Satanás); Alquimia; Astrologia (proibida na Bíblia); Auto-Sugestão; Religiões Antigas; Babilônia; Blavatsky, Helena P. (uma das mais satânicas praticantes de magia negra de todos os tempos, autora de livros da Sociedade Teosófica; seus ensinos foram estudados por Adolf Hitler e forneceram a base para o holocausto judaico); Budismo; Cabala (reinterpretação satânica do Antigo Testamento); Caldeus (os mistérios babilônios e caldeus foram aniquilados por Deus por causa do severo satanismo; os mistérios de babilônia também são condenados no livro do Apocalipse); Carma (doutrina satânica baseada na Reencarnação); Clarividência (totalmente satânica e proibida na Bíblia); Consciência do Amor e do Sexo (completamente satânica); Consciência Cósmica (satânica); Cores e Sons (criticamente importante no satanismo); Corpo Astral (prática satânica); Cristianismo Esotérico (redefinição das doutrinas cristãs); Druidismo e Celtas (elevaram os sacrifícios humanos aos mais altos níveis); Doutrinas Orientais; Evolução (e você achava que a Maçonaria era compatível com o verdadeiro Cristianismo); Falicismo (adoração do membro sexual masculino ereto!); Física Transcendental; Geomancia e Gematria (satânica); Gnosticismo (o apóstolo Paulo combateu essa doutrina em suas epístolas); Hermetismo; Hipnotismo; Interpretação pela Bola de Cristal (proibida na Bíblia); Islã; Leitura da Sorte (proibida na Bíblia); Leitura de Cartas; Misticismo Cristão (este é o "cristianismo" da Maçonaria, onde todas as doutrinas são reinterpretadas); Magia (proibida na Bíblia); Quiromancia (adivinhação satânica por meio da leitura das mãos); Reencarnação; Sociedade Rosa-Cruz (totalmente satânica); Santo Graal (alegoria satânica para preparar o Anticristo); Tarô (adivinhação proibida na Bíblia); Telepatia (comunicação satânica sem o uso de linguagem audível); Zoroastrismo (seita satânica destruída por Deus no Antigo Testamento).” Observo que os movimentos antimaçônico tem-se preocupado e teme os pouquíssimos IIR.’. que ousam ir além, transformando o conhecimento exotérico adquirido em esotérico, em contrapartida a grande maioria dos IIR.’. que buscam e contentam-se com o conhecimento de cunho exotérico e filosófico. Quando aprofundava os meus estudos através da teologia, pude compreender o real motivo da Inquisição orquestrada pela Igreja Católica, bem como o porquê da perseguição aos protestantes e principalmente o real interesse contido no Concílio de Nicéia realizado no Século IV DC., arquitetado pelo imperador Constantino, onde destaco a escolha dos 66 (sessenta e seis) livros que foram aprovados e escolhidos para inserção na Bíblia sagrada, e o porque da exclusão de outros, atualmente considerados apócrifos. Com relação aos evangelhos apócrifos destaco o de Tomé; -O Reino de Deus está dentro de Você e a Sua volta; não em prédios de madeiras ou pedras. Rache uma lasca de madeira e EU estarei lá; Levante uma pedra e ME encontrará" ”O reino está dentro de vós e também em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos, sereis conhecidos e compreendereis que sóis os filhos do Pai vivo. Mas se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a pobreza.” Nos escritos atribuídos à Maria Madalena encontramos; “Tomai cuidado para que ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá', pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas.” Particularmente sou plenamente a favor de todos os segmentos religiosos que servem também como um freio salutar às paixões e vícios humanos, mas como um eterno buscador que sou, além de um livre pensador e pesquisador penso que o conhecimento dos pouquíssimos IIR.’. é o maior temor de todos os movimentos antimaçônico, pois eles sabem que o Maçom tem a plena possibilidade de encontrar a palavra perdida dentro de si, através da compreensão da palavra alquímica VITRIOL, que franqueia o conhecimento sobre a verdade contida na palavra perdida à ser encontrada. Palavra essa que repousa no interior de nossa personalidade alma aguardando ser desperta, sem a necessidade de procurá-la “apenas” na religião A, B, ou C, ambas alicerçadas em inúmeros dogmas, e exclusivamente no interior de seus belíssimos templos e igrejas. “E conheceres a verdade e a verdade vos libertará”. Se a verdade efetivamente se encontra no interior do novo homem que viu e efetivamente “enxergou” a ansiada luz, que trabalha e cava masmorras aos vícios e às suas vontades, pergunto-vos como alguns segmentos religiosos iriam sobreviver sem o dízimo, contribuições e doações?. Como alguns pastores e alguns clérigos teriam condições de terem motoristas, carros top de linha, casas de veraneio, ternos importados, polpudas contas bancárias, mulheres formosas, etc, etc, etc e tal. IIR.’. "Quando o maçom aprende que o segredo para o guerreiro é a correta aplicação do dínamo do poder da vida, ele aprendeu o mistério de sua Arte. As energias estão em suas mãos e antes que ele possa avançar para frente e para cima, precisa provar sua capacidade de aplicar corretamente a energia." [The Lost Key to Freemasonry, Manly P. Hall, publicado pela Macoy Publishing and Masonic Supply Company, Richmond, Virgínia, 1976, ]. Queridos IIR.’. fecho a presente com os traçados do estudioso IR.’. Chico da Trolha; “A antimaçonaria como vemos, não é de agora. Ela vem lá das cavernas do Passado. Ruge muito, calunia, esbraveja; nas Igrejas, nas Escolas, nos Jornais e Revistas, mas, como não possuem o dom da Verdade; o argumento da sinceridade – não convencem. Só derrubam algum tronco já carcomido, ou que já nasceu defeituoso, pois foi mal plantado.” Paulo Santos, M.’.I.’. ARLS Verdadeiros Amigos 3902 GOSP.’./GOB.’. (Oriente de São Paulo) - Brasil Bibliografia: Bíblia Sagrada e Livros apócrifos de Tomé e Maria Madalena. Site www.espada.eti.br

AS COLUNAS DO TEMPLO NOS DÃO LIÇÕES DE VIDA


Meus IIr:., Queremos nesta reflexão, trazer a tona, a experiência e o exemplo de vida de dois homens que viveram no período de aproximadamente (c. 1000 a.C.), ou no século que se seguiu o exílio babilônico (c. 450 a. C.). O primeiro, foi um rico dono de terras na cidade de Belém; homem de fé, sábio, justo, piedoso, valente e poderoso. Estamos falando de Booz. L:. L:. livro Rute Capítulo 2:1 “Tinha Noemi um parente do seu marido, senhor de muitos bens... homem valente e poderoso... O qual se chamava Booz”. A história da sua vida esta no L:. L:. Registrada no livro Rute. O livro é histórico, composto em prosa narrativa, que descreve a situação do povo pobre que estava vivendo sob o jugo do império Persa. No seu primeiro capítulo, o livro começa dizendo que “nos tempos em que julgava os Juizes...” (Rt 1:1) ouve um período de muita fome, e nesse contexto, conta a história de uma família da qual fazia parte o nosso personagem. Foi escrito no pós-exílio babilônico e retrata a situação do pobre que era marginalizado, excluído, sofredor... Neste sentido, quando se reporta à época dos Juízes, quer-se principalmente, fazer memória do projeto igualitário, onde todos tinham acesso à terra, ao pão, e à vivência da fraternidade que permitia às pessoas de serem felizes com suas famílias (Josué 24:13 e Dt 6:10 -13). Belém, cidade de Booz, significa “casa de pão”, Mas a realidade era o oposto do nome. Se não havia pão, deveria ter algum motivo para isso. Aí se refletem as causas que geram a fome do povo, ou seja, a estrutura injusta da época que não permitia que o povo tivesse o necessário para sobreviver. Algo muito parecido aos dias em que vivemos. Booz fazia cumprir fielmente a lei dos Juizes de Israel, onde havia uma provisão legal dando aos pobres o direito de ir aos campos no momento da colheita e recolherem o necessário para passarem o dia. Essa provisão, obviamente, obrigava aos donos de lavouras a deixarem no campo, alguma coisa de resto, que eles chamavam de “rebusco” para que os pobres pudessem ali, colher o suficiente sustento diário das suas famílias. Era costume de Booz, como homem bom, justo e solidário, instruir aos seus empregados a deixarem no campo, bem mais que a provisão da lei “para os pobres”. L:. L:. Rute, Capítulo 4:13 e 17: “Assim tomou Booz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o Senhor lhe concedeu que concebesse, e teve um filho. 17... e lhe chamaram Obede. Este é o pai de Jaquim, pai de Davi”. O segundo nome em destaque foi um homem de vida simples, agricultor e pastor de ovelhas. Foi também um homem bom, solidário e piedoso, pai de família exemplar. Homem Ungido por Deus (através do profeta Samuel) em razão do seu extraordinário caráter. Sua história esta registrada no L:. L:. Em (I Sm. 16:3 - 5). Estamos falando de Jaquim, o belemita, pai de Davi e avô de Salomão. O L:. L:. Em I Crônicas 2:12 e 15 ‘c’ diz: “E Booz gerou a Obede, e Obede gerou a Jaquim... e jaquim gerou... Davi, o sétimo”. Pois bem, quero salientar que nos chama atenção na vida desses dois homens, as suas ações em favor dos seus semelhantes, em favor dos mais humildes e menos favorecidos; a disponibilidade, a prontidão, a voluntariedade, a vontade de fazer e de ver acontecer. No primeiro caso, Booz, já fazia a diferença ao cumprimentar os seus serviçais. No L:. L:. Em Rute 2:4 diz: “Eis que Booz veio de Belém e disse aos seus segadores: O Senhor seja convosco! Responderam eles: O Senhor te abençoe!”. Percebem o tratamento!? É fantástico! Um homem rico, senhor de muitos bens, poderoso, e que trata com justa igualdade, com humanidade fraterna, refinado respeito e carinho aos seus serviçais. “O termo Senhor de muitos bens” em hebraico, designa, normalmente, um guerreiro notável, (como Davi o foi), mas aqui significa uma pessoa poderosa (que detém a força e o poder), e muito bem conceituado na sociedade de sua época, Booz era reconhecido também como o resgatador “aquele que regata, que traz de volta”. Era um homem que estava sempre pronto a servir, contribuir e agir em favor dos mais fracos. No segundo caso, jaquim, diferente de seu avô Booz, foi um homem de poucas posses, porém, sempre preocupado com o bem estar de sua família, do seu país, dos seus amigos e dos menos favorecidos. O L:. L:. Em I Samuel, 17:17-18 fundamenta bem o que estamos dizendo. Jaquim, mesmo já tendo todos os seus valentes filhos nas frentes de batalha, em guerra contra os filisteus, não encontrou nenhum empecilho para enviar seu filho mais moço (Davi) ao rei Saul, quando este o solicitou. Ficou sem o seu valente Pastor de ovelhas, para enviar e consolar a tristeza do rei, o melhor músico (tocador de harpa), que se tinha notícia. O L:. L:. Em I Samuel 16:17-21, fundamenta bem isso. Davi Certamente seguia o bom exemplo do seu avô Booz. Logo, Podemos deduzir que não foi sem razão e motivos, que o Sábio Salomão, ao construir o templo, não titubeou em homenagear ao seu avô e tataravô nas duas colunas que mandou erguer para ornamentar e embelezar a entrada do templo. No L:. L:. Em I Reis 7:15 e 21 diz: 15 – “E formou duas colunas de cobre... 21 – Depois, levantou as colunas no pórtico do templo; tendo levantado a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e, tendo levantado a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Booz. Em II Crônicas 3:15, também esta registrada a homenagem”. A lição de vida que podemos aprender com os nossos personagens e Irmãos do passado é, exatamente através do que eles tinham em comum. Não obstante um ser muito rico e poderoso, e o outro ser de classe média, visto ser apenas um pequeno agropecuarista criador de ovelhas, o que faziam deles iguais eram o caráter, a dignidade, a solidariedade, a voluntariedade, a prontidão, à vontade e o querer, levado à ação de ver acontecer, de fazer a diferença no mundo de sua época, tão injusto e carente. Qualidades necessárias e imprescindíveis na vida de um Maçom. O Sábio Salomão com a justa homenagem prestada a seus digníssimos parentes nas colunas do templo nos dá a dica necessária de aprendizado, quando conseguimos discernir e entender que através dos homenageados, as colunas simbolizam entre outras coisas, a quebra da barreira social, cultural e racial, objetivando o agrupamento de indivíduos das diferentes classes, raças e culturas da sociedade local e global; na busca do entendimento, da razão de viver, da amizade, da paz, da liberdade, fraternidade e solidariedade entre os povos. Assim, meus IIr:. O sábio rei Salomão através dessas colunas, esta nos dizendo que, Ao adentrarmos em nossos templos (neste augusto templo), devemos pensar como Jaquim e Booz. Ou seja, ao passarmos por entre colunas, deve ficar para traz as nossas diferenças sociais e culturais, os nossos títulos e as nossas vaidades, nos tornando a partir delas, todos iguais, verdadeiros irmãos, cuidadosos e zelosos uns pelos outros; como que, um por todos e todos por um. Quero pensar que entre outras simbologias que as nossas colunas possam ter, esse ensinamento é verdadeiro, e deve ser uma realidade constante nas nossas vidas. O sábio rei nos indica ainda, que é no templo, entre colunas o lugar apropriado para desbastar e pulir a nossa pedra bruta, onde aprendemos a filosofia de vida dos nossos antepassados, e os ensinamentos dos mestres do nosso tempo, onde inteiramos uns com os outros, na busca do pleno conhecimento filosófico da nossa ordem, visualizando como Jacó, o topo da escada estendida a cada um de nós, rumo à plenitude final da nossa caminhada. E por fim, o sábio Salomão nos indica pelo exemplo de vida e cidadania deixadas pelos seus parentes homenageados, que é lá fora, no mundo profano, entre os poderes constituídos, na política, nas organizações, nos negócios, em nosso lar, na criação e no tratamento dos nossos filhos e nossas esposas, e, principalmente entre os mais humildes, os pobres e miseráveis, os excluídos e dezassistidos, que nós precisamos mostrar quem somos, porque somos e a quem servimos. É lá, que precisamos ser o “sal da terra e a luz do mundo” é lá que os bons exemplos deixados por Jaquim e Booz, e outros bons maçons que já foram e os que ainda vivem, precisam ser seguidos. Sem nenhuma pretensão de sermos diferentes, mas com objetivos bem definidos, traduzidos em ação o nosso aprendizado e convivência, para fazermos a diferença, neste mundo tão injusto, tão desigual e que precisa muito de cada um de nós. “Devemos tratar com desigualdade os desiguais, na medida em que eles se desigualam” (Rui Barbosa) Que o Deus Eterno, criador do Céu e da Terra, Grande Arquiteto do Universo nos abençoe a todos. Adalvo Ribeiro de Araújo, A.'.M.'., A.'.R.'.L.'.S.'. Suprema Razão Nº25, Porto Velho, Rondônia - Brasil.

O SILÊNCIO


"A TAREFA MAIS DIFÍCIL PARA UM HOMEM COMUM É GUARDAR UM SEGREDO E PERMANECER EM SILÊNCIO" (ARISTÓTELES - 384-322 A.C) A própria palavra "mistério" (segredo) significa em linguagem religiosa, alguma coisa de separado, de secreto, de oculto e de que não é lícito falar. A imposição do silêncio não é somente uma disciplina que fortalece o carácter, é também, e principalmente, o meio pelo qual o Iniciado pode entregar-se à meditação sobre os augustos mistérios que encerram as perguntas que todo o espiritualista se faz: donde vim? Quem sou? Para onde vou? Perguntas essas que o Iniciado Maçom defronta desde o momento em que transpõe a porta da Câmara de Reflexão. É também o meio de melhor observar os ensinamentos maravilhosos contidos no Ritual. Mesmo antes da própria admissão na Ordem, já se começa a exercitar o princípio do Silêncio. Nos momentos que precedem as Iniciações, quando o Candidato permanece na Câmara de Reflexão, o silêncio é fundamental. Isso tem por finalidade o desenvolvimento da vontade e permite atingir um maior domínio sobre si mesmo. Não esqueçamos que somente um homem capaz de guardar o silêncio, quando necessário, pode ser seu próprio senhor. Em Maçonaria define-se o SILÊNCIO como virtude maçónica, mediante a qual se desenvolve a discrição, corrige-se os defeitos próprios e usa-se prudência e tolerância em relação à faltas e defeitos de outros. Na Maçonaria se costuma simbolizá-lo pela trolha, com a qual se deve estender uma camada de silêncio sobre os defeitos alheios, tal qual faz o pedreiro vulgar com o cimento para descobrir as arestas do edifício em construção. O silêncio deve ser rigorosamente mantido, não por força de disposições regulamentares ou pelos ditames da boa educação e das conveniências sociais, mas para que possa ser formado o ambiente de espiritualidade, próprio de um Templo. Ao ajudar a formação desse ambiente, tão propício à meditação, o Maçom beneficia-se a si mesmo e beneficia aos demais. A fecundação das ideias se faz no silêncio. Devemos guardar e observar completo silêncio no decorrer dos Trabalhos. Não é de boa esquadria pelas normas maçónicas, tolerarem-se conversas paralelas, rumores, murmúrios de vozes, sussurros, chamadas de telefones celulares (que deveriam estar desligados), enquanto se desenvolve os trabalhos, observem que quando o "Irmão falador" desrespeita essas regras, a Oficina "trava" e quebra de imediato a Egrégora formada pelo "som", pelo "perfume" do incenso e pelas vibrações dos presentes. O Aprendiz deve por sua tenra idade simbólica não tomar parte activa nas discussões entre seus maiores, a não ser quando interrogado ou solicitado. O Aprendiz não pode tomar a palavra senão a convite do Venerável. Esta Lei do Silêncio deve ser por ele observada também fora do Templo, no que respeita à Ordem Maçónica. O princípio do silêncio exigido dos Aprendizes e Companheiros tem por base filosófica: só deve falar quem sabe e, quem o sabe deve se omitir, pois, flui a sabedoria e os grandes ensinamentos, fonte dos nossos conhecimentos e alimentos para os nossos espíritos. O aprendizado é o período de meditação e de silêncio. Saber falar com ética é sabedoria, mas saber ouvir é muito mais, pois o homem que sabe falar com respeito, com educação, com amor, naturalmente saberá também ouvir. A visão e a audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras e as maneiras. Em Maçonaria, ao prestar o seu compromisso iniciático, o Candidato promete guardar silêncio sobre tudo o que se passa no interior do templo maçónico. A fórmula é sempre a mesma, mas já propiciou ataques à instituição maçónica, como se ela se entregasse a práticas escusas, sobre as quais os seus filiados devessem se calar. Mas ela visa, apenas, resguardar Toques, Sinais e Palavras, para que eles não cheguem ao conhecimento de não maçons (profanos), os quais, com esse conhecimento, poderiam ingressar, indevidamente, num templo maçónico. O Aprendiz maçom cultiva a virtude do silêncio, porque não tem ainda a capacidade do comentário; deve apenas ouvir, meditar e tirar as próprias conclusões, até poder "digerir" o alimento que lhe é dado. O Maçom pensa duas vezes antes de emitir opinião, porque tem obrigação de emiti-la de forma correcta e que jamais possa ofender a quem a ouve. Recorda que às vezes, o silêncio é a melhor resposta. Segundo José Castellani (Consultório Maçónico X): "O silêncio do Aprendiz é apenas simbólico, em atenção ao fato de que ele, simbolicamente, só sabe soletrar e não sabe falar. Todas as nossas práticas são simbólicas e não reais, como mostram, inclusive as provas iniciáticas". Esse silêncio significa que o conhecimento que o mestre lhe transmite é absorvido sem qualquer dúvida ou reacção, até o momento em que se torna capaz de emitir, por sua vez, conceitos superiores e que podem até conduzir ao sadio debate. Há algumas coisas que são lindas demais para serem descritas por palavras. É necessário admirá-las em silêncio e contemplação para apreciá-las em toda a sua plenitude. São necessárias tão poucas palavras para exprimir a sua essência. Na realidade, as palavras devem ser as embalagens dos pensamentos. Não adianta fazer discursos muito longos para expressar os sentimentos de seu coração. Um olhar diz muito mais que um jorro de palavras. As grandes falas servem frequentemente só para confundir. O silêncio é frequentemente mais esclarecedor que um fluxo de palavras. Olhe para uma mãe diante do seu filho no berço. Ele consegue muito bem tudo o que quer sem dizer nenhuma palavra. São necessários dois anos para que o ser humano aprenda a falar e toda uma vida para que aprenda a ficar em silêncio. Ouvimos que, em sua grande sabedoria, a natureza nos deu apenas uma língua e dois ouvidos para que escutemos mais e façamos menos discursos longos. Se um texto não é mais bonito do que o silêncio, então é preferível não dizer nada. Esta é uma grande verdade sobre a qual os grandes dirigentes deste mundo deveriam meditar. Quanto mais o coração é grande e generoso menos palavras se tornam úteis... O silêncio é a única linguagem do homem realizado. Pratiquemos moderação no falar. Isso é fecundo de várias maneiras. Desenvolverá amor, pois do falar descuidado resultam incompreensões e facções. Quando é o pé que resvala, a ferida pode ser curada, mas quando é a língua, a ferida é no coração e perdura por toda a vida. Às vezes para manter a paz é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio. Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se. É necessário lembrar-se do provérbio dos filósofos: "as verdadeiras palavras não são sempre bonitas, mas as palavras bonitas nem sempre são verdades..." Xenócrates (394 - 314) filósofo grego afirmava: "Arrependo-me de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio". Pitágoras (571 a 496 a.C) exigia o mais absoluto sigilo dos Aprendizes, pelo período mínimo de três anos. Estabeleceu vários conceitos que estão presentes em nossos manuais, como os quatro elementos fundamentais (terra, fogo, ar e água). A definição do Pentagrama, configurando a Estrela de cinco pontas que representa o homem, de braços e pernas abertas. Quando de suas hastes se desprendem "chamas", o pentagrama denomina-se "Estrela Flamígera". Essa estrela simboliza um guia para o caminho que conduz ao templo. O maçom vê no Pentagrama a si mesmo dominando os impulsos da carne. Foram os filósofos Pitágoras e Platão que nos legaram o valor dos números, cujos cálculos, desde uma simples soma ou subtracção aos mais complicados, hoje formulados electronicamente, tendem a esclarecer os mistérios do Universo. Pitágoras afirmava que "quem fala semeia e quem escuta recolhe" - e esta era a obrigação dos novatos. Se poucas palavras são necessárias dizer "eu gosto de você", todas as outras que poderiam ser ditas são supérfluas... Sim e Não são as palavras mais curtas e fáceis de serem ditas, mas são aquelas que trazem as mais pesadas consequências. Afirmar o bem, negar o mal; afirmar a verdade, negar o erro; afirmar a realidade, negar a ilusão; eis aqui, o uso construtivo da palavra. Lembremo-nos de usar o silêncio quando ouvirmos palavras infelizes; quando alguém está irritado; quando a maledicência nos procura; quando a ofensa nos golpeia; quando alguém se encoleriza; quando a crítica nos fere; quando escutamos uma calúnia; quando a ignorância nos acusa; quando o orgulho nos humilha; quando a vaidade nos procura. O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz. Lojas há que incentivam Aprendizes e Companheiros a se exibirem em discursos repletos de lugares-comuns, ou tratando de assuntos profanos, fazendo assim perder o precioso tempo dos ouvintes. E chegam até considerar a recomendação do silêncio como se fora um atentado contra pretensos direitos maçónicos do Aprendiz. Inútil será dizer que não tendo recebido nenhuma espécie de instrução maçónica, nada podem transmitir aos Neófitos. Assim, transformam as Sessões das Lojas em palavreado inútil que nada constroem, mas acumulam perigosos elementos para o incenso de orgulhos e vaidades e futuros desentendimentos. O Juramento de Silêncio é um procedimento ritualístico e ao prestá-lo devemos todos (inclusive as Luzes - pousando o Malhete sobre o altar e o Guarda do Templo - embainhando ou colocando a Espada sobre sua cadeira), estender o braço direito para frente, formando um ângulo de 90° em relação ao corpo, com os dedos unidos, e a palma da mão voltada para baixo e os dedos unidos, o braço esquerdo caído verticalmente junto à perna esquerda dizendo "EU O JURO", em atendimento a solicitação do Venerável. Encerrados os Trabalhos, o Venerável Mestre ainda uma vez chama a si os Obreiros, confirmatoriamente. Pelo que está feito estes se manifestam em uníssono pelo sinal, pela bateria do Grau e pela aclamação. É, mais uma vez, a confirmação de cada um de seu juramento de Iniciação. Fica em cada um a memória e a gratificação de mais um dia trabalhando em união fraterna na construção do templo da humanidade. O resto é silêncio. Texto de Valdemar Sansão - M:. M:. ( vsansao@uol.com.br) Fontes: Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia (Nicola Aslan) "OBSERVANDO MELHOR O RITUAL" - (Cartilha em elaboração) Valdemar Sansão "O QUE MAIS PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS VIOLENTOS, NEM DOS CORRUPTOS, NEM DOS DESONESTOS, NEM DOS SEM ÉTICA. O QUE MAIS PREOCUPA É O SILÊNCIO DOS BONS" (MARTIN LUTHER KING)