segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Intuição (Na Maçonaria)






INTUIÇÃO


Dividimos este trabalho em quatro etapas:



1) O que é intuição.

2) A importância da Intuição.

3) A Intuição matemática.

4) Considerações Finais.






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O que é intuição?
Sexto sentido? Fantasia?

Numa entrevista que relatamos a seguir com a psicanalista Priscila de Faria Gaspar conheceremos um pouco do universo destes fenômenos da psique.

A doutora Priscila alega que não é preciso ser mágico, médium ou ter poderes sobrenaturais para ter intuições.

Prestar a atenção nas coisas, aprender a aceitar os registros inconscientes que volta e meia irrompem na nossa consciência, procurar desenvolver a criatividade, lidar bem com emoções e estar com a mente relaxada já são ferramentas mais do que suficientes para que você consiga se beneficiar com esta característica humana: a capacidade de intuir.

Sabe aquele insight que, de repente, ilumina uma difícil decisão ou aquela sensação de que "alguma coisa lhe diz" para agir desta ou daquela maneira?
Pois é, estas são provavelmente manifestações da sua intuição.
E, se você aprender a lidar com elas, isso pode realmente facilitar sua vida.

A intuição sempre intrigou os pensadores e estudiosos.
Platão, o filósofo grego que viveu aproximadamente entre 428 e 347 a.C., afirmava existirem três formas de conhecimento:
1ª crença.
2ª opinião.
3ª raciocínio e intuição.

Já no século 20, mais especificamente no ano de 1921, o psiquiatra suíço Karl Gustav Jung, num livro chamado ‘Tipos psicológicos’, registrou os avanços importantes sobre o polêmico e intrigante assunto.

Nele, Jung se refere a quatro atividades mentais: sentimento, pensamento, sensação e intuição.

Para Jung, longe de ser uma característica "irracional", a intuição é uma função de juízo, tanto quanto o pensamento e, ao contrário, da sensação e do sentimento.
O que é intuição?
A palavra intuição vem do latim intuire, que significa "ver por dentro".
No entanto, o conceito de intuição varia um pouco conforme a linha de pensamento.
Para Jung, a intuição é uma capacidade interior de perceber possibilidades, enquanto que o filósofo Emerson a considera uma sabedoria interior que se expressa por si própria.

Kant vê a intuição como o conhecimento que se relaciona imediatamente com os objetos, ou seja, que mostra realidades singulares e que não depende da abstração, ou seja, é aquilo que se sabe, sem precisar deduzir para concluir.

Kaplan diz que a intuição é, provavelmente, uma condensação de uma ou mais linhas de pensamento racional num único momento no qual a mente reúne rapidamente uma gama de conhecimentos e passa para a conclusão, que é a parte do processo que ele recorda. Muitas vezes, a intuição condensa anos de experiência e de aprendizado num clarão instantâneo.
Quando nos remetemos ao conceito de Kaplan, a intuição passa a ser algo que nos é revelado num certo momento, por insight. Isso implica em um processo, que inclui raciocínios anteriormente elaborados e com seqüência lógica. Como esse processo se passa de forma inconsciente, temos a impressão de que é atemporal, quando na verdade trata-se apenas da conclusão súbita de algo que já estava sendo elaborado. A ciência positivista só permite avaliar os dados observados objetivamente e a intuição, por ser um processo eminentemente interno, não pode ser estudada pelo método científico convencional.
Seria tema, portanto, da Filosofia.
No entanto, o fato de não poder ser estudada pela Ciência não significa que não seja aceita pelos cientistas.
Ao contrário, são muitas as histórias a respeito de teorias científicas que se iniciaram a partir de uma intuição, para, num segundo momento, serem testadas pelo método científico.
Encontramos vários exemplos em livros que tratam de história da ciência e também em algumas publicações de Filosofia.

Será que a intuição aponta sempre para o caminho certo?
A intuição pressupõe uma condensação de conhecimentos e raciocínios lógicos, que são revelados de forma súbita.
No entanto, mesmo tendo fundamento lógico, não quer dizer que esteja sempre certa.
Jung dizia que a intuição é uma forma de se prever possibilidades.
Por condensar uma série de conhecimentos, a intuição tem grande probabilidade de estar certa, mas isso não significa que estará sempre certa! E, atenção ainda maior deve ser prestada para evitar confundir intuição com medos, pressentimentos e até mesmo superstições.

Um presságio, ao contrário da intuição, não tem nenhum fundamento lógico e se baseia mais em medos e superstições do que em conhecimentos anteriores.
De um modo geral, as pessoas criativas são mais intuitivas e têm facilidade de entrar em contato com as emoções e com a imaginação. Processam rapidamente as informações, relacionando automaticamente as experiências passadas às informações importantes e ao momento presente.
Conheça-se a si mesmo.

Outro ponto importante é aprender a diferenciar o que é uma experiência objetiva de uma subjetiva. Uma experiência objetiva é aquela que pode ser compartilhada por outras pessoas, como por exemplo, observar um objeto e descrevê-lo (forma, cor, tamanho etc.)
A experiência subjetiva depende de valores, crenças e afetos do observador, por exemplo, se o objeto observado é feio ou bonito, se provoca sentimentos agradáveis ou desagradáveis, se faz lembrar de outro objeto ou de um fato etc. Para isso, entrar em contato com seu mundo subjetivo é essencial. A psicanálise é uma das técnicas que permite esse tipo de auto-conhecimento, estimula o imaginário, bem como as associações e a percepção interna.


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A importância da intuição

Não é fácil conceituar a intuição. Se consultarmos os dicionários, encontraremos algo do tipo: a intuição é o ato de ver, perceber, discernir, pressentir. Fica-nos, então, aquela impressão de que a intuição é o ato de ver algum objeto ou fenômeno de maneira diferente daquela normalmente vista pela maioria das pessoas que olham para esse objeto ou fenômeno.
Por exemplo: bilhões de pessoas, no decorrer de milhares de anos, já devem ter se deparado com um cenário, ao cair da tarde, onde, por trás de uma macieira repleta de frutos, visualiza-se a Lua, fixa no firmamento.

Quantos viram algo além de maçãs e da Lua?

Pois é bem possível que num cenário como este e em seu sítio, o jovem Isaac Newton, com apenas 24 anos de idade, tenha visualizado, além de maçãs e da Lua.

Naqueles "anos admiráveis" , Newton, na fazenda de sua mãe, fez uma das observações mais famosa: viu uma maçã caindo ao chão. Esse fenômeno o levou a pensar que haveria uma força puxando a fruta para a terra e que essa mesma força poderia, também, estar puxando a Lua, impedindo-a de escapar de sua órbita. Levando em consideração os estudos de Galileo e Kepler, como também os seus estudos sobre o assunto, foi que Newton formulou o seguinte princípio:
"A velocidade da queda de um corpo é proporcional à força da gravidade e inversamente proporcional ao quadrado da distância até o centro da Terra".

Entre a visão normal, ou o ato puro e simples de olhar, e a visão sofisticada, qual seja, o ato de ver, de perceber, de discernir, de pressentir, reside o segredo da intuição, também descrita como a contemplação pela qual se atinge a verdade por meio não racional.
Vamos, então, trabalhar um pouco mais este conceito no sentido de esclarecer o que aqui entendemos por verdade e por que o processo intuitivo seria não racional. O cientista é, diferentemente dos outros, um homem que procura pela verdade e que, portanto, assume a existência dessa verdade.
Nessa procura, admite como certo o que poderíamos chamar de verdade provisória. Digamos, então, que esta última seja o que consideramos como verdade científica, e o que a distinguem das demais verdades provisórias, encontradas pelos que não são cientistas, seria o seu acoplamento ao método científico ou à experimentação.

Para resumir, poderíamos dizer que a verdade científica é uma verdade provisória tomada por empréstimo da natureza e da forma como ela aparenta ser.

A não racionalidade, atribuída à intuição, retrata o seu caráter essencial, mas não engloba, propriamente, todo o processo intuitivo.

Digamos que se refere ao insigh, ou estalo, ou ainda, à percepção de alguma coisa estranha, não notada nas outras vezes em que se observou o mesmo objeto ou fenômeno.

É óbvio que esta percepção, ao ser trabalhada racionalmente, poderá vir a se constituir numa conjectura ou hipótese.

No entanto, mesmo antes de formularmos uma conjectura ou hipótese, já estamos frente a algo a que podemos associar o conceito de verdade provisória.

Existe um conceito popular que diz: Gato escaldado tem medo de água fria.

Seria isto equivalente a admitir que o gato raciocina?
Seria isto coerente com a afirmação de que o gato formula hipóteses (a água queima) e as generaliza (as próximas águas queimarão)?
Provavelmente não!
Podemos, pelo exemplo, simplesmente inferir que o gato está dotado de uma intuição primitiva e da capacidade de memorizar fatos e, em conseqüência disso, em condições de aprender por um meio não racional.

Se a ciência experimental começa pela intuição, poderíamos concluir que o intuitivismo é a base fundamental de todos os conhecimentos humanos oriundos das ciências empíricas.

É importante não confundir intuitivismo com intuicionismo.

O intuicionismo relaciona-se à doutrina que faz da intuição o instrumento próprio do conhecimento da verdade: Ver para crer.

Mesmo porque o cientista parte da contemplação do que realmente existe, e interpreta esta verdade seguindo um raciocínio lógico aprisionado ao método científico.

O cientista, então, parte da verdade (intuitivismo) e procura por novas verdades científicas por meio da construção e da corroboração de teorias.

Afirmar que a ciência começa pela intuição é, portanto, bem diferente de dizer que a ciência começa pela observação.

(Texto de Alberto Mesquita Filho, extraído pela internet.)



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A Intuição matemática

Reproduzimos abaixo parte de um e-mail entre o Prof. Duda e Prof. Paulo Santa Rita em 23 de Maio de 2002 sobre o que é A Intuição Matemática Ibero-americana (questão pessoal do Duda)Date: Thu, 23 May 2002 13:16:33 -0300 Só para não ficar completamente sem matemática, vai aí uma questão: Como funciona a intuição matemática? Por que a mente de muitas pessoas conseguem enunciar conjecturas complicadas sem saber demonstrá-las?De onde vem essa matemática fantasma?Duda.RespostaOla Duda e demaisColegas desta lista, Eu não sei responder a pergunta que você fez acima, mas acredito que aIntuição matemática esta para a mente de um matemático assim como a intuição sensível esta para a mente humana... Quando você olha para um objeto você IMEDIATAMENTE deduz varias propriedades SEM USAR NENHUM RACIOCINIO MEDIADOR.Por exemplo, você tem uma IDEIA INSTANTANEA (INTUIÇAO SENSIVEL) do tamanho, da cor, da forma, da proximidade dele para com outros objetos, etc. (Todos esses conhecimentos são validos e foram obtidos por INTUIÇAO SENSIVEL PERCEPÇAO INSTANTANEA), isto e, sem que fosse necessário usar um RACIOCINIO LOGICO OU DISCURSIVO para se chegar a eles. Parece-me que a intuição matemática se aproxima disso. Você "olha" (com o olhar da mente matemática) os objetos do mundo matemático E SENTE que Eles devem ter ou manter determinadas relações, sem que você consiga, de imediato, forjar uma demonstração para estas relações ou propriedades. Veja como Gauss fala em dois momentos: 1) "Encontrei um maravilhoso teorema, mas, infelizmente, ainda não consigo demonstrar" Ele fala sobre a lei da reciprocidade quadrática. Veja bem. Ele estava convencido, (teve a intuição), da correção do teorema ANTES DE DEMONSTRÁ-LO. 2) “Durante este outono, preocupei-me largamente COM AS CONSIDERACOES GERAIS sobre as superfícies curvas, o que conduz a um campo ilimitado”. “Essas pesquisas se ligam fortemente com a metafísica da geometria e não é sem ingentes esforços que consigo me arrancar das conseqüências que dai advém”. Qual seria o verdadeiro sentido da raiz quadrada de -1? “Nestes momentos, sinto vibrar vivamente em mim o verdadeiro significado destas coisas, mas creio que será terrivelmente difícil exprimir este significado em palavras". Vê se aqui que Gauss PRIMEIRO, SENTE A REALIDADE DO MUNDO MATEMATICO. E SO DEPOIS ele vai exprimir o que sente através das teorias e formulas matemáticas. Primeiro você pensa, vale dizer, vivenciar internamente e emotivamente, através da imaginação, os objetos e fatos da matemática, depois, quanto mais viva for essa vivencia, mais profundas serão suas conclusões e mais fácil ficará a posterior e necessária demonstração.Ainda a esse respeito e interessante destacar que, conforme relata Voltaire, uma vez perguntaram a Newton como ele havia descoberto a lei de gravitação. Newton respondeu: “Pensando continuamente sobre ela!”Quer dizer, imaginando e vivenciando os objetos você desvela os mistérios que os encobrem... , que sua intuição já previra ou revelara. Eu concluo que: Pesquisa é EMOCAO PURA! É ENTUSIASMO! É INTUICAO! É MAGICA! É esse emocional que gera a intuição! Um abraçoPaulo Santa Rita

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Considerações finais
O "Aurélio" define intuição como a capacidade de pressentir.
A enciclopédia Abril diz que é a compreensão imediata e direta de uma verdade.
Em filosofia, diz-se que é a percepção de uma verdade diferente daquela que se atinge por meio da razão ou do conhecimento objetivo.

Podemos até chamar de intuição estas definições poéticas:

"Todas as coisas visíveis” dizia Lao-Tse
“são setas que apontam para o invisível"

Em seus versos, José Américo de Almeida confirmava,
“Ver bem não é ver tudo”.
“Ver bem é ver o que os outros não vêem"

BUDA dizia:

“Não creiais em coisa alguma pelo fato de mostrarem o testemunho escrito de algum sábio antigo. Aquilo porém, que se enquadrar na vossa razão, e depois de minucioso exame, for confirmado pela vossa experiência, (ou Intuição), conduzindo ao vosso próprio bem e a de todas as outras coisas vivas, a isso aceitai como verdade. Para isso pautai a vossa conduta.”

Poderíamos dizer que intuitivamente pautamos nossa conduta!?

Verificamos anteriormente, no conceito de Kant, que a intuição é um insight , ou clarão, que em um instante nos fornece resposta de como proceder.

Não vem pura e simplesmente do irracional, mas sim de uma profunda analise processada em um único momento no qual a mente reúne rapidamente uma gama de conhecimentos e passa para as conclusões, que é parte do processo que ele recorda.

Muitas vezes a intuição condensa anos de experiências e aprendizado num clarão instantâneo.

Em latim temos uma frase que diz:

“NIL NISI CLAVIS DEEST”
“Nada precisamos além da chave”.

(Frase inscrita no pergaminho que envolve a chave, no grau correspondente. Significa que sem o conhecimento interno, os símbolos não têm vida, e que, por grandioso que seja o ensinamento que tenhamos, ainda há mais para aprender, se nos encaminharmos eretos pela senda do progresso Maçônico.)

Poderíamos perfeitamente substituí-la por:

“NIL NISI INTUITO DEEST”
“Nada precisamos além da intuição”.

Ninguém pode nos dar a intuição, nem a chave.
Trata-se de uma metáfora, principalmente partindo da premissa que é algo que surge no interior de cada um, em menor ou maior intensidade.
O que se condensa nesta frase é que com ajuda externa podemos desenvolver, acentuar esta característica, mas sempre limitada ao pleno esforço que cada um dedicará a esta prática.

A intuição, pode ser a chave para abrir nossa mente racional para o “irracional”, isto é, chegar a conclusões apenas porque sua intuição assim o induz, descartando o que a razão e experiências anteriores exigiriam, como uma analise mais profunda pautada em conhecimentos adquiridos pessoalmente ou através de convivência e assimilação de experiências de terceiros.

Nos que pertencemos á Ordem, temos constantemente, em nossas reuniões, informações morais, intelectuais, simbólicas, litúrgicas, etc. que certamente nos induzem a agir conformes os sublimes preceitos Maçônicos.
Certamente nos momentos de ações em que temos os indícios intuitivos pautados no resumo e analise destes conhecimentos assimilados tanto inconscientemente como racionalmente, vem o estalo, que nos sugere como devemos agir.
Intuitivamente já sabemos o que fazer. Mas o agir propriamente dito será determinado pela importância que cada um de nos dá, mais ou menos para a intuição ou mais ou menos para a razão.



Para os que desejam estimular a intuição, relatamos o exercício a seguir:

EXERCICIO PARA EXPANDIR A CONSCIÊNCIA E A INTUIÇÃO

Esta técnica, de origem chinesa, consiste em fazer seu sol interno nascer ao mesmo tempo em que o Sol cósmico surge no horizonte.
No início, pode ser que você não consiga fazer as mentalizações, mas, com o tempo aprenderá a se concentrar e a visualizar adequadamente.
Levante-se bem antes do Sol nascer, tome um banho e vista roupas brancas.
Sente-se na posição de lótus, com a coluna ereta e as pernas cruzadas à frente do corpo.
Feche os olhos e procure sentir o corpo bem relaxado...
Visualize um sol de cor alaranjada nascendo na altura do seu umbigo.
Imagine que o calor emanado por esse sol aquece todo o seu corpo, enquanto uma luz dourada o envolve completamente.
Visualize o sol elevando-se do seu umbigo até o seu coração.
Imagine que dessa região parte uma grande e bela ave branca que voa para longe, levando com ela todas as suas tristezas.
Imagine que esse sol se eleva ainda mais, até chegar no centro energético localizado entre as sobrancelhas.
Faça então o sol ganhar uma intensa coloração dourada e subir para o alto da cabeça, de onde ele se expandirá até explodir como uma luz que se junta à do sol cósmico.



O pitagórico Hiérocles diz que duas coisas são necessárias à vida: a ajuda dos parentes e a benevolente simpatia do próximo.

A dualidade nos dá os contrastes do Bem e do Mal, tais como o humano e a natureza, noite e dia, luz e trevas, conhecimento e ignorância, úmido e seco, quente e frio, saúde e doença, verdade e erro.

Exatamente o que o nosso mosaico simbolicamente nos transmite através dos contrastes do branco e do preto, assim como a Razão e a Intuição.

Os ingleses definem a Maçonaria, dizendo que “é a Ciência da Moral, velada por alegorias e ilustrada por simbolos”

Precisamos primeiro distinguir entre emblema, alegoria e símbolo.

O EMBLEMA – é uma representação que deriva simples e espontaneamente de uma idéia. Por exemplo: o touro é o emblema da força; o cão é o emblema da amizade, fidelidade. No emblema há o sentido exotérico, isto é, o ensino público ou a interpretação natural.

A ALEGORIA – é uma interpretação figurada, independente do sentido literal. A alegoria pode ser um apólogo ou uma parábola. O apólogo é uma alegoria moral, a parábola uma alegoria religiosa. Cristo ensinou por parábola.

O SIMBOLO – é a representação criada espiritualmente sobre uma idéia. Todo símbolo tem uma interpretação anagógica, isto é, exige um plano elevado de interpretação.
Não há compreensão de símbolo sem anagogia, isto é sem que o espírito se eleve do sentido natural e literal para o sentido místico (ou intuitivo). Por isto se diz que no símbolo há o sentido esotérico da idéia, ou o sentido secreto ou interpretação sublimada.
Portanto a intuição é a chave para desvendarmos os nossos símbolos, pois mesmo sem saber momentaneamente provar ou dar explicações lógicas e racionais para o que sentimos perante um símbolo, intuímos seu significado para a posteriori procurar uma explicação fundamentada na própria intuição.

Finalizamos nosso trabalho preparado especialmente para este seminário promovido pela Loja L’Aquila Romana, orquestrado pelo poderoso Ir.’. Tullio Colacioppo e organizado com maestria pelo nosso querido Ir.’. Alferio Di Giaimo Neto, cito parte do prefácio do livro “Critica da Razão Pura” de Emmanuel Kant.
Na terceira parte de sua Crítica da Razão Pura, na dialética transcendental, Kant se interroga sobre o valor do conhecimento metafísico. As análises precedentes, ao fundamentar solidamente o conhecimento, limitam o seu alcance. O que é fundamentado é o conhecimento científico, que se limita a por em ordem, graças às categorias, os materiais que lhe são fornecidos pela intuição sensível.
No entanto, diz Kant, é por isso que não conhecemos o fundo das coisas. Só conhecemos o mundo refratado através dos quadros subjetivos do espaço e do tempo. Só conhecemos os fenômenos e não as coisas em si ou noùmenos. As únicas intuições de que dispomos são as intuições sensíveis. Sem as categorias, as intuições sensíveis seriam "cegas", isto é, desordenadas e confusas, mas sem as intuições sensíveis concretas as categorias seriam "vazias", isto é, não teriam nada para unificar. Pretender como Platão, Descartes ou Spinoza que a razão humana tem intuições fora e acima do mundo sensível, é passar por "visionário" e se iludir com quimeras: "A pomba ligeira, que em seu vôo livre fende os ares de cuja resistência se ressente, poderia imaginar que voaria ainda melhor no vácuo. Foi assim que Platão se aventurou nas asas das idéias, nos espaços vazios da razão pura. Não se apercebia que, apesar de todos os seus esforços, não abria nenhum caminho, uma vez que não tinha ponto de apoio em que pudesse aplicar suas forças".
Entretanto, a razão não deixa de construir sistemas metafísicos porque sua vocação própria é buscar unificar incessantemente, mesmo além de toda experiência possível. Ela inventa o mito de uma "alma-substância" porque supõe realizada a unificação completa dos meus estados d'alma no tempo e o mito de um Deus criador porque busca um fundamento do mundo que seja a unificação total do que se passa neste mundo... Mas privada de qualquer ponto de apoio na experiência, a razão, como louca, perde-se nas antinomias, demonstrando, contrária e favoravelmente, tanto a tese quanto a antítese (por exemplo: o universo tem um começo?
Sim pois o infinito para trás é impossível, daí a necessidade de um ponto de partida.
Não, pois eu sempre posso me perguntar: que havia antes do começo do universo?
Enquanto o cientista faz um uso legítimo da causalidade, que ele emprega para unificar fenômenos dados na experiência (aquecimento e ebulição), o metafísico abusa da causalidade na medida em que se afasta deliberadamente da experiência concreta (quando imagino um Deus como causa do mundo, afasto-me da experiência, pois só o mundo é objeto de minha experiência).
O princípio da causalidade, convite à descoberta, não deve servir de permissão para inventar.
Com certeza novos seminários serão programados, com este ou outros temas, e que outros IIr.’. nos brindarão com o resultado de suas pesquisas para nosso engrandecimento intelectual.

Intuitivamente tenho certeza do sucesso deste novo desafio.
Agradeço profundamente o convite para apresentar este trabalho, pois me deu a oportunidade de pesquisar as inúmeras fontes sobre o tema, descobrir que um tema aparentemente banal está muito além da minha inteligência e este pequeno resumo de apanhados aqui e acolá, refletem uma ínfima parcela da complexidade do assunto, mas mesmo assim sinto um crescimento interior não vulgar.

Recebam todos, meu T.’. F.‘. A.’.



Pequeno Dicionário.

ANAGOGIA = (do grego anagogé, elevação + ia.) S. f. Elevação espiritual, estase,
arrebatamento. – Misticismo. Que parte do sentido literal para chegar ao espiritual.

ANAGÓGICO = Adj. Relativo à anagogia. – Diz-se de um conceito que permite representar de modo mais abstrato, mais figurado, um objeto de pensamento.

ANTINOMIA = (do grego antinomia, composto de Anti e Nomos (lei)) Fil. Situação de conflito onde se encontram duas proposições contraditórias, que separadamente podem justificar-se com argumentos de igual força. A contradição de um principio com ele mesmo.

APOLOGIA = (do grego, apologia, defesa) S.f. Discurso ou escrito que defende, justifica, elogia uma pessoa ou coisa.

NOÙMENO = (do grego noóumenon) Aquilo que é pensado. S.m. Na filosofia de Kant, aquilo que pode ser objeto somente do conhecimento racionalmente puro e como tal se contrapõe ao fenômeno entendido como objeto do conhecimento sensível.

PARÁBOLA = (do grego parabole, pelo latim parabola) S. f. Gênero literário usados pelo judaísmo, que consiste em uma narração alegórica cujas imagens, tiradas da vida cotidiana, permitem ressaltar um aspecto da doutrina



Bibliografias, além das já inclusas nos textos acima:

Dicionário 28, Grolier international e Codex.
Grande dicionário Larousse Cultural.
Dicionário Etimológico, Nova Fronteira.
Dicionário de Maçonaria, Pensamento.
Parte da entrevista da Priscila de Faria Gaspar que é psicanalista, terapeuta de Regressão, bióloga e mestre em Ciências pela USP. Para entrar em contato: 11 55850286.


Sites consultados, onde foram pesquisadas e extraídas partes do trabalho acima:

http://www.ecientificocultural.com/
http://www.geocities.com/magiadourada/intuicao.html
http://www.cdic.com.br/Criatividade_e_Intuicao.htm
http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artsz02_Intuicao_nas_empresas.htm
http://www.mundodosfilosofos.com.br/kant.htm
http://www.emocoesemagia.hpg.ig.com.br/expansao.htm
http://www.terravista.pt/ancora/2254/lexa.htm
http://wwwgoogle.com.br/

Pequena Biografia.

Baruch Spinoza - Filosofo, nasceu em Amsterdã em 1632, filho de hebreus portugueses. Uma tuberculose enfraquecera seu corpo. Após alguns meses de cama, Spinoza faleceu aos quarenta e quatro anos de idade, em 1677, em Haia.

Carl Gustav Jung – Nasceu a 26 de julho de 1875, em Kresswil, Basiléia, na Suíça. morreu a 6 de junho de 1961, aos 86 anos, em sua casa, à beira do lago de Zurique,em Küsnacht após uma longa vida produtiva, que marcou - e tudo leva a crer que ainda marcará mais - a antropologia, a sociologia e a psicologia.

Carl Friedrich Gauss - Matemático, astrônomo e físico alemão. Nasceu em Brunswick em 30/04/1777 e faleceu em 23/02/1855 na cidade de Göttingen. Aprendeu a ler e trabalhar com os números sem a ajuda de ninguém. Quando ainda criança, percebeu mentalmente um erro nas contas do pai, um empreiteiro. Sua educação superior, bem como a secundária foi, assegurada pelo duque de Brunswick, que se impressionava com as habilidades matemáticas de Gauss. Um de seus teoremas foi a maior contribuição, na época, que a geometria euclidiana teve em 2200 anos.Aos 12 anos criticava os fundamentos da geometria da época. Aos 13 já projetava uma geometria não-euclidiana. Aos 16 criou um método utilizado até hoje para determinar os elementos da órbita de um planeta com medidas tomadas da Terra.
Isaac Newton - físico, matemático e astrônomo inglês, nasceu em 25 de dezembro de 1642 na cidade de Woolsthorpe, Lincolnshire. Os últimos anos de verdadeira glória que viveu, Newton, na Inglaterra, ocupou-se exclusivamente a complexos estudos teológicos. Faleceu no dia 20 de março de 1727 em Kensington, Middlesex e foi sepultado na abadia de Westminster, onde lhe foi erguido o maior dos monumentos ali existentes.
José Américo de Almeida - nasceu em Areia - PB, a 10 de janeiro de 1887. Destacou-se na Literatura Brasileira como autor de A bagaceira (1928), obra-prima do romance regionalista moderno, hoje com trinta e duas edições em língua portuguesa, edição crítica e versões em espanhol, francês, inglês e esperanto. Sua obra, com dezessete títulos, abriga ainda ensaios, oratória, crônica, memórias e poesia. Entre outros, foi deputado, senador, ministro e governador do Estado da Paraíba. Em 1958, recolheu-se em retiro voluntário, tornando-se conhecido como o Solitário de Tambaú. Após sua morte, em 10 de março de 1980, a casa, onde passara os últimos vinte e dois anos de sua existência, foi transformada em Fundação.
Kant, Emmanuel - Filósofo alemão. (1724-1804)

Kaplan, Habraham – Psicanalista e Escritor. (1918 - ....)
Lao Tsé - pai do Taoísmo, cujo nome real era Erh Dan Li. Ele teria nascido no sul China numa região chamada Ch'u, em torno do ano 604 a.C. Algumas lendas atribuem haver ele nascido entre 600 e 300 a.C..Sem dúvidas, foi um dos mais elevados seres entre os que viveram na terra, tendo legado à humanidade uma obra imortal o Tao Te Ching que atravessou milênios chegando até os nossos dias com o mesmo valor de há 2600 passados. Não se trata de um livro volumoso, pois não é uma obra enciclopédica e sim apenas uma coletânea de 81 pequenos aforismos, mas que representam um imenso manancial da sabedoria comum aos Grandes Mestres da humanidade. No Site http://www.symbolsite.com/ na sessão Taoísmo há uma aplicação dos 81 versos relacionados a relação entre Mestre e discípulo.
Platão – Filosofo grego, nasceu em Atenas, em 428 ou 427 a.C. Morreu em 348 ou 347a.C. Fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388). Visitou o Egito, de que admirou a veneranda antigüidade e estabilidade política; a Itália meridional, onde teve ocasião de travar relações com os pitagóricos (tal contato será fecundo para o desenvolvimento do seu pensamento); a Sicília, onde conheceu Dionísio o Antigo, tirano de Siracusa e travou amizade profunda com Dion, cunhado daquele. Caído, porém, na desgraça do tirano pela sua fraqueza, foi vendido como escravo. Libertado graças a um amigo, voltou a Atenas.
Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia. Adquiriu, perto de Colona, povoado da Ática, uma herdade, onde levantou um templo às Musas, que se tornou propriedade coletiva da escola e foi por ela conservada durante quase um milênio, até o tempo do imperador Justiniano (529 d.C.).

René Descartes - Filosofo francês, (1596 – 1650). Nascido em 1596 em La Haye - não a cidade dos Países-Baixos, mas um povoado da Touraine, numa família nobre. chega a Estocolmo, em Amsterdã, em outubro de 1649. É ao surgir da aurora (5 da manhã!) que ele dá lições de filosofia cartesiana à sua real discípula, a rainha Cristina. Descarte, que sofre atrozmente com o frio, logo se arrepende, ele que "nasceu nos jardins da Touraine", de ter vindo "viver no país dos ursos, entre rochedos e geleiras". Mas é demasiado tarde. Contrai uma pneumonia e se recusa a ingerir as drogas dos charlatões e a sofrer sangrias sistemáticas ("Poupai o sangue francês, senhores"), morrendo a 9 de fevereiro de 1650.
Voltaire, François-Marie Arquet de - (Paris, 1694-Paris, 1778). Escritor francês, autor, entre outras obras, de Cartas Filosóficas, Tratado sobre a Tolerância e Cândido. O Canto reproduziu (em francês) o verbete Tolérance do seu Dictionnaire philosophique.

A Inteligência (Na maçonaria)


A inteligência



A inteligência e os animais
Muitos animais mostram inteligência em diferentes graus, sendo a inteligência humana a que mais evoluiu em tempo relativamente curto (cerca de dois milhões de anos), obviamente considerando essa evolução dentro de uma escala de centenas de milhões de anos.
A inteligência humana teve uma evolução espetacular a partir da inteligência dos primatas, mas é curioso cogitar-se que uma inteligência tão fulgurante como a humana poderia ter evoluído a partir da inteligência de outros mamíferos avançados, tais como os golfinhos, por exemplo. Talvez a maior instabilidade dos ambientes aquáticos comparativamente com os territoriais e as catastróficas alterações de clima no continente africano tenham promovido a grande evolução da inteligência dos primatas em detrimento dos golfinhos.
Como a inteligência não tem registro paleontológico, como ossos, dentes, etc., a tentativa de deslindar os mistérios relativos à evolução da inteligência dos animais em geral e dos primatas e golfinhos em particular são realizados a partir das evidências colhidas por cientistas a respeito do comportamento desses animais ao longo do tempo, como, por exemplo, a caça em grupo e a comunicação entre eles por sons ou por gestos.
Atualmente a visão científica é de que existem vários graus de inteligência, de que alguns animais dispõem de funções neurais, tal como a destreza manual, de visão colorida estereoscópica, altamente sofisticada, de reconhecimento e uso de símbolos complexos, de memória de longo prazo, etc.
O homem compartilha com outros mamíferos de muitos aspectos inteligentes que, anteriormente, supunha-se características humanas exclusivas, como a linguagem simbólica, por exemplo.
O fato é que o homem é o mais inteligente animal da Terra por causa das características do seu cérebro, mas outros animais dispõem de inteligência muito desenvolvida.

A inteligência humana
A evolução da inteligência humana foi estudada a partir do aumento da capacidade craniana e da utilização da inteligência na preparação dos primitivos artefatos fabricados pelo homem para a caça em grupo, para o cozimento precário de alimentos, etc. Esse estudo prossegue até os dias atuais, com o homem produzindo robôs, espaçonaves e células fabricadas a partir de embriões, destinadas à restauração de tecidos do seu corpo, etc.
Cientistas levantaram a hipótese de que é necessária uma “massa crítica” de neurônios como condição “sine qua non” para a explosão evolucionária da inteligência ou, em outros termos, abaixo de certo número de neurônios a inteligência não leva à invenção, à imaginação, à comunicação social simbólica e a outras formas semelhantes à inteligência humana. Essa hipótese é de que atingido certo número de neurônios ocorreu a explosão evolutiva da inteligência humana, o que determinou o rápido aumento do cérebro e da sua complexidade e que a inteligência humana prossegue agora tão somente no sentido da sua evolução qualitativa, ou, em outros termos, o homem será cada vez mais inteligente, distanciando a sua inteligência da dos outros animais. Essa teoria leva a uma cogitação muito curiosa: poderia em condições especiais ocorrer uma explosão parecida com a inteligência de outro animal, levando-a depois a uma evolução muito rápida?

Teorias referentes à inteligência
Sócrates teve uma visão prevalente de inteligência como um raciocínio abstrato no campo da linguagem e da matemática. Platão e Aristóteles entenderam a inteligência como uma habilidade na lógica, na geometria e na argumentação.
Os três filósofos gregos buscaram identificar pessoas sábias e testaram seus conhecimentos com o objetivo de identificarem a inteligência. Sócrates considerou que as inteligências das pessoas são diferentes e inerentes a elas, que nascem com conhecimento inato, conceito que chegou até o racionalismo de Descartes. Esse filósofo separava o corpo da mente, dizendo que o corpo sendo material podia ser estudado, enquanto que a mente por ter origem divina somente poderia ser conhecida pela introspecção. Locke, ao contrário, argumentou que não nascemos com conhecimentos, mas que os adquirimos por meio de nossas experiências sensoriais do mundo e de nossa capacidade de refletir sobre as operações mentais. Ele era materialista e afirmava que a mente poderia ser estudada também.
Donders, Helmholtz e Broca exploraram a natureza material do corpo e descobriram relações entre os sentidos e o sistema nervoso e o relacionamento entre o cérebro e as habilidades humanas.
Darwin com a sua teoria da evolução teve poderoso impacto sobre o estudo da inteligência e abriu campo para que Galton, com fundamento em métodos estatísticos, apregoasse a herança da inteligência e seus aspectos eugênicos.

Quociente de Inteligência
Sem dar ênfase a eugenia, que assumiu caráter político, principalmente na Alemanha, o psicólogo francês Alfred Binet e sucessores observaram que as pessoas são mais inteligentes ou menos e estudaram a inteligência com o objetivo de medi-la por meio de testes conhecidos como de avaliação do QI (Quociente de Inteligência). Para a criação desses testes imagina-se que a distribuição de QI, na população, tenha uma função chamada densidade de probabilidade normal. A distribuição normal, muito utilizada na estatística, necessita, matematicamente, de dois parâmetros para a sua completa caracterização: a média e o desvio padrão. Por convenção a média vale sempre 100. O desvio padrão (normalmente citado simplesmente como desvio ou, ainda, d.p.) mede a dispersão dos valores em torno da média. Para atribuir-se ao QI uma porcentagem (ou vice-versa) é sempre necessário que se conheça o desvio. Não tem sentido falar em QI (numérico) sem citar qual desvio padrão está sendo utilizado. Os desvios padrões mais comuns são o d.p. 16 e o d.p. 24. Por exemplo, uma pessoa com QI topo 2% pode ter um QI numérico igual ou igual a 130 (d.p. 16) ou 148 (d.p. 24). Assim, somente têm sentido, efetivo, as mensurações que resultem na inserção da inteligência de determinada pessoa no percentual privilegiado de uma determinada população, como, por exemplo, o Delphim Neto faz parte do percentual de 5% das pessoas mais inteligentes do Brasil; Sócrates fazia parte do grupo de 2% dos gregos mais inteligentes de sua época.
Existem sociedades que agrupam as pessoas mais inteligentes do mundo. Entre elas encontra-se a Mensa, que no Brasil reúne 400 sócios entre as pessoas mais inteligentes do País, com QI (d.p. 24) de 148 ou mais.
O neuropsicólogo Daniel Fuentes, supervisor da Mensa, considera que o grau de inteligência das pessoas é determinado pela associação de fatores poligênicos (que é caracterizado por uma combinação de gens) e multifatoriais (relacionados à estimulação ambiental).
Estima-se que 5% da população mundial seja constituída por pessoas com inteligências superdotadas, mas que a maior parte desse grupo não desenvolverá sua potencialidade porque essas pessoas não serão identificadas e não serão apoiadas. Essas pessoas encontram-se em todas as camadas sociais e em diferentes nacionalidades, raças e culturas.
O presidente da Mensa, neurocirurgião José Augusto Teixeira, cogita de conseguir recursos para que no Brasil as crianças com inteligência superdotadas tenham ajuda, como acontece nos Estados Unidos e no Canadá.

Inteligências múltiplas
Haward Gardner, professor da Havard Graduate School of Education, questionou a medição da inteligência por meio de testes verbais padronizados, defendendo a existência de inteligências múltiplas ou multifacetárias, com competências intelectuais relativamente autônomas, que podem ser combinadas e modeladas para adaptar-se às pessoas e às culturas respectivas.
Gardner atuou em dois campos distintos, num pesquisando crianças superinteligentes no Havard Project Zero e noutro realizando pesquisa referente às perdas das capacidades cognitivas em pacientes sofrendo distúrbio de funcionamento cerebral. Nessa última pesquisa, desenvolvida no Boston Veterans Administration Medical Center e na Boston University School of Medicine, observou a perda de inteligência setorial em pacientes com o cérebro afetado em algum ponto. Esse ponto seria no cérebro a sede de determinada inteligência perdida. O conjunto de pontos do cérebro comporia a inteligência humana.
Gardner criticou a avaliação do QI levando-se em conta apenas o processo lógico e lingüístico de solução de problemas, ignorando os aspectos biológicos e as várias matizes da criatividade humana.
Criticou também a teoria piagentina. Piaget havia proposto teoria segundo a qual os conhecimentos estariam dispostos dentro da mente de forma semelhante à rede telefônica de uma cidade, na qual uma ligação de fios permitiria a comunicação entre dois telefones, mas uma segunda ligação permitiria a comunicação entre três telefones, indo até o ponto que uma hipotética “ultima ligação” permitiria a comunicação desse último telefone com todos os outros telefones da cidade.
Pesquisas recentes em neurobiologia sugerem que existem áreas no cérebro correspondentes a diferentes pontos de cognição, com competências diferentes para processar informações específicas. Apesar de ser muito difícil dizer claramente quais são essas áreas, existe o consenso de que cada uma delas expressa uma forma diferente de inteligência.
Na apresentação original da sua teoria, Gardner propôs sete diferentes inteligências, mas não de forma taxativa, de forma que poderão existir mais de sete ou menos de sete inteligências diferentes.
Mais tarde Gardner especulou sobre um oitavo tipo de inteligência, chamada naturalista, associada à habilidade de reconhecer a flora e a fauna.
Gardner apresentou sua teoria de forma muito curiosa, para não dizer inteligente, o que seria redundância neste trabalho. Apresentou a biografia de pessoas que demonstraram facilidade incomum em cada tipo de inteligência, mencionando em seguida a identificação isolada de cada tipo de inteligência.
Essas inteligências múltiplas segundo Gardner são as seguintes:
Lingüística e Verbal
A inteligência Lingüística e Verbal está relacionada às palavras e à linguagem - escrita e falada - e domina a maior parte do universo educacional ocidental. Responsável pela produção da linguagem e de todas as complexas possibilidades que a seguem, incluindo a poesia, o humor, o contar-estórias, a gramática, as metáforas, as similaridades, o raciocínio abstrato, o pensamento simbólico, a padronização conceitual, a leitura e a escrita.
Exercitam essa inteligência os poetas, os teatrólogos, os escritores, os novelistas, os jornalistas, os oradores e os comediantes.
Habilidades encontradas nesse tipo de inteligência:-entendimento da ordem e do significado das palavras;-capacidade de convencer alguém sobre um fato;-capacidade de explicar, de ensinar e de aprender;-senso de humor;-memória e lembrança;
-análise meta-lingüística.
Lógica e Matemática
A inteligência Lógica e Matemática está comumente associada ao que chamamos de raciocínio científico ou indutivo. Esta inteligência envolve a capacidade de reconhecer padrões, de trabalhar com símbolos abstratos (como números e formas geométricas), bem como discernir relacionamentos ou estabelecer conexões entre peças separadas ou distintas. Presente nos cientistas, programadores de computadores, contadores, advogados, banqueiros e matemáticos.
Habilidades desse tipo de inteligência:- reconhecimento de padrões abstratos;- raciocínio indutivo e dedutivo;- discernimento de relações e conexões;- solução de cálculos complexos.
Visual e Espacial
A inteligência Visual e Espacial apóia-se no senso de visão e na capacidade de visualização espacial de um objeto, incluindo ainda a habilidade de criar imagens mentais. Essa inteligência encontra-se em atividades tais como as artes visuais (incluindo pintura, desenho e escultura), navegação, criação de mapas e arquitetura (que envolve o uso do espaço e o conhecimento de como se locomover) e em jogos como o xadrez (que requer a habilidade de visualizar objetos a partir de diferentes perspectivas). Nela encontra-se o sentido de visão, mas também a habilidade de formar imagens mentais.
Ela é encontrada nos arquitetos, artistas gráficos, cartógrafos, designers, desenhistas de produtos industriais e artistas, pintores e escultores.
Habilidades encontradas:- percepção acurada de diferentes ângulos;- reconhecimento de relações de objetos no espaço;- representação gráfica;- manipulação de imagens;- descoberta de caminhos no espaço;- formação de imagens mentais;- imaginação ativa.
Musical e Rítmica
A inteligência Musical e Rítmica baseia-se no reconhecimento de padrões tonais (incluindo sons do ambiente) e numa sensibilidade para ritmos e batidas. Inclui também capacidades para o manuseio avançado de instrumentos musicais. Ela pode ser encontrada nos compositores musicais, dos mais diversos estilos (canções eruditas, populares, de jingles publicitários), nos músicos profissionais, bandas de rock e dança e nos professores de música.
Habilidades características dessa inteligência:- reconhecimento da estrutura musical;- esquemas para ouvir música;- sensibilidade para sons;- criação de melodias e de ritmos;- percepção das qualidades dos tons;- habilidade para tocar instrumentos.
Corporal
A Inteligência Corporal relaciona-se com o movimento físico e com a sabedoria do corpo, incluindo o córtex cerebral que controla o movimento corporal. É a habilidade de usar o corpo para expressar uma emoção (dança e linguagem corporal), jogar um jogo (esporte) e criar um novo produto (invenções). Por exemplo, são nossos corpos que sabem como andar de bicicleta, skate, datilografar e estacionar um carro. Esta inteligência pode ser vista nos atores, atletas, mímicos, dançarinos profissionais, cirurgiões e inventores.
Habilidades da Inteligência corporal:- funções corporais desenvolvidas;- habilidades miméticas;- conexão do corpo com a mente;- alerta por meio do corpo (sentidos);- controle dos movimentos pré-programados;- controle dos movimentos voluntários.
Inteligência Pessoal e Interpessoal
Esta inteligência opera, primeiramente, baseada no relacionamento interpessoal e na comunicação. Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não-verbal. Constrói a capacidade de distinguir entre outras, por exemplo, as alterações de humor e de temperamento, as motivações e as intenções. Em sua forma mais avançada, literalmente a pessoa consegue ler os desejos e intenções do outro, podendo ter empatia por suas sensações, medos e crenças. Esta forma de inteligência é desenvolvida nos conselheiros, professores, terapeutas, políticos e líderes religiosos.
Habilidades:- criação e manutenção da sinergia;- superação e entendimento da perspectiva do outro;- trabalho cooperativo;- percepção e distinção dos diferentes estados "emocionais" dos outros;- comunicação verbal e não-verbal.
Inteligência Intrapessoal
A Inteligência Intrapessoal está relacionada aos estados interiores do ser, à auto-reflexão, à meta-cognição (reflexão sobre o refletir) e à sensibilidade frente às realidades espirituais. Envolve o conhecimento dos aspectos internos do ser, como o conhecimento dos sentimentos, a intensidade das respostas emocionais, auto-reflexão e um senso de intuição avançado. Essa inteligência é encontrada nos filósofos, psiquiatras, nos conselheiros espirituais e em pesquisadores de padrões de cognição.
Habilidades:- concentração total da mente;- preocupação;- meta-cognição;- percepção e expressão de diferentes sentimentos íntimos;- senso de auto-conhecimento;- capacidade de abstração e de raciocínio .
Inteligência naturalista
Recentemente, Gardner identificou uma oitava inteligência, a inteligência naturalista. Ele a descreveu como "a habilidade para reconhecer a flora e a fauna, para fazer distinções no mundo natural e ter sensibilidade em relação a ele". É a atração pelo mundo natural e a sensibilidade em relação a ele. Constitui a capacidade de identificação da linguagem natural e a capacidade de êxtase diante da paisagem humanizada ou não.
Naturalistas, botânicos, geógrafos e paisagistas têm esse tipo de inteligência.
Habilidades: - capacidade de discernir, identificar e classificar plantas e animais; - capacidade de distinguir diferentes espécies de plantas e suas características; - capacidade de demonstrar a utilidade botânica e curativa das plantas; - poder de observação.

Críticas à Teoria das Inteligências Múltiplas
A teoria de Gardner teve por objetivo ampliar as noções psicológicas da inteligência, mas, o maior impacto do seu trabalho foi no campo da educação.
Logo após a publicação da sua teoria, em 1983, muitas escolas foram criadas ou reorganizadas em torno da noção das inteligências múltiplas. Apesar de usarem a teoria de maneiras variadas, as escolas tentam ajudar as crianças a aprender e a desenvolver-se usando mais amplamente a gama de suas inteligências. A teoria de Gardner também teve impacto sobre as formas de avaliação das capacidades infantis nas escolas.
A Teoria das Inteligências Múltiplas influenciou as organizações educacionais, principalmente nas escolas privadas de ensino fundamental e médio. Recebeu também críticas tanto no aspecto teórico quanto no aplicado. Do ponto de vista teórico, Scarr criticou Gardner por construir a Teoria das Inteligências Múltiplas baseada na premissa de que a psicologia considera inteligência como uma capacidade unitária refletida por escores de QI. Scarr afirma que a maioria dos psicólogos não acredita que o QI reflita o universo das capacidades humanas. Critica também que o simples fato de arrolar habilidades corporais cinestésicas, sociais e musicais não faz avançar o conhecimento da inteligência, pelo contrário, complica ainda mais as distinções entre inteligência e outras características humanas.


Inteligência emocional
A inteligência emocional relaciona-se fundamentalmente com a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam importantes em determinado ambiente ou meio cultural.
A cultura tradicional do modelo de homem inteligente, principalmente, em paises ocidentais, não cogitava do domínio dos próprios impulsos, que se refletiam nas atitudes e pensamentos do homem.
Relativamente ao homem bem sucedido em seu meio, considerava-se tão somente o aspecto racional, não se levando em conta os aspectos emotivos no seu relacionamento com amigos ou com a família.
Em 1996, o jornalista Daniel Goleman publicou um livro com o título “Inteligência Emocional”, abordando a capacidade de pelo menos parcialmente o homem dominar a ansiedade e os impulsos negativos, como a cólera, a vaidade, o egoísmo e o orgulho desenfreado.
Sabe-se que os diferentes tipos de inteligência agem sob formas diferentes nas artes, no esporte, na informática, na literatura, na música, etc., e pode-se afirmar com certeza que a inteligência emocional produz efeitos sobre esses e sobre todos os outros tipos de inteligência, inclusive na vida profissional, na vida familiar, no ensino, na convivência em grupo, melhorando a atuação das diferentes inteligências.

Inteligências ainda pouco estudadas
Existem outros tipos de inteligências pouco conhecidas, já referidas por pesquisadores e cientistas, mas dependentes ainda de mais estudos especializados e de comprovações, tais como a telepatia, a intuição e outras. Estudiosos afirmam que há muito a desenvolver no campo da inteligência humana, ainda muito pouco explorada.
Por experiência própria, em uma aula de direito processual civil, magistralmente proferida pelo professor Frederico Marques - homem de inteligência muito acima da normal - em determinado momento, na situação de aluno, percebi que a transmissão de idéias e conhecimentos, do professor para mim, havia deixado de ocorrer por meio das palavras, que eu ouvia em tom muito baixo, quase como um sussurro, mas que a transmissão operava-se noutro plano, diretamente do cérebro do professor para o meu cérebro, fato que demorou alguns minutos e que me causou grande susto. Por ser ele uma pessoa irascível, que não aceitava qualquer observação de aluno, somente alguns anos depois, quando já formado, após uma conferência proferida pelo professor, contei-lhe a experiência que havia tido em sua aula. Fiquei muito surpreso quando o professor Frederico Marques respondeu que já havia ocorrido coisa semelhante com outro seu aluno.