quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ogum e Odé (Oxossi)



Ogum
A importância de Ogun vem do fato de ser ele um dos mais antigos Deuses Yorubás e, também, em virtude de sua ligação com os metais. Ele é, sempre o primeiro a ser saudado após Exú, é ele quem abre o caminho. Ogun, no Brasil é o Deus guerreiro, perdendo o posto de caçador para Oxóssi. Senhor do ferro, Ogum é considerado filho de Iemanjá e Odudua, o fundador de Ifé, e irmão de Exú. Ele é o inventor de todas as armas. Conta-nos uma lenda que o povo iorubá veio do Egito, e que chegando a Ile Ife, eles se reuniram como um povo, surgindo daí o aché dos orixás. Na ida para Ile Ife, eles tiveram que abrir caminho pela mata. Embora Oxalá tentasse com seu cajado, não conseguiu. Então pediram a Ogum que fosse na frente de todos os orixás, abrindo o caminho com sua espada de ferro. Pôr isso canta-se “ Ogum bragada e Ogum bragada”. Quando chegaram em Ile Ifé, Ogum recebeu o título de “Lakaye Oxin Imole”, que significa que ele é um orixá cultuado no mundo inteiro, e portanto rei de todas as nações, o senhor dos caminhos.Sendo cultuado aqui, no Brasil de 7 (sete) diferentes formas ou qualidades:


-Ogun Onirê - Primeiro filho de Oduduá. Usa contas azul-marinho. Guerreiro impulsivo, cortador de cabeças, come com Oyá e Oxóssi. Muito impaciente, não pensa antes de agir, mas acalma-se rápido.

- Ogun Akorô - É irmão mais velho de Oxóssi e ligado a floresta. É invocado no Padê. É filho de Yemanjá Ogunté, jovem, dinâmico, entusiasta, empreendedor, protetor seguro,

- Ogun Alabedê - É um grande ferreiro e ferramenteiro. Este Ogun é o marido de Yemanjá Ogunté. É o mais velho, trabalhador, exigente e rabugento. Veste-se de azul-marinho. Come com Exú e Yemanjá.

- Ogun Já - É o Orixá da casa de Oxalá, além de Oxalá come com Yemanjá, é o grande guerreiro branco. Como todo Ogun, come inhame, tem temperamento rabujento e solitário. Veste branco e, também, o verde.Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas.

- Ogun Warí - É perigoso e feiticeiro, come com Oxun e Yemanjá. Tempemperamento muito difícil e autoritário. Veste azul-marinho.

- Ogun Omini - Também é um Ogun feiticeiro, come com Oxun. É mais gentil, mas muio melindroso, veste azul-marinho


- Ogun Mejê - Ogun sete, esse númmero é menção as sete sementes que Ogun plantou nos sete caminhos por onde passou. "Kàtà-kàtà ó gbín mejé, ó gbín mejé ónòn gbógbó".





OGUN



1Ògún laka aye
(Ogun poderoso do mundo)
Osinmole
(O próximo a Deus)
Olomi nile fi eje we
(Aquele que tem água em casa, mas prefere banho com sangue)
Olaso ni le
(Aquele que tem roupa em casa)
Fi imo bora
(Mas prefere se cobrir de mariô)
La ka aye
(Poderoso do mundo)
Moju re
(Eu o saúdo)
Ma je ki nri ija re
(Que eu não depare com sua ira)
Iba Ògún
(Eu saúdo Ogun)
Iba re Olomi ni le fi eje we
(Eu o saúdo, aquele que tem água em casa, mas prefere banho de sangue)
Feje we. Eje ta sile. Ki ilero
(Que o sangue caia no chão para que haja paz e tranquilidade)
Ase
Axé

Oxóssi
Também filho de Iemanjá, é irmão de Ogum e de Exú. A grande importância da presença deste Orixá se refere a vários fatores: primeiro, como Ogum, ele também é um desbravador de caminhos, pois como caçador, adentra mata afora, abrindo caminhos pelas floresta em busca da caça. Com isso, vai levando o progresso pôr onde passa, deixando o local pronto até mesmo para moradia. Segundo, pôr ser o Orixá da caça, assegura o alimento tão primordial para a sobrevivência da espécie humana. Terceiro, ele também protege os outros caçadores, assegurando que retornem para sua família ou seu povo, sempre levando o alimento. E, quarto, pelo fato de adentrar a mata sozinho procura nela sempre seu próprio remédio e sua própria alimentação. Como caçador, também protege o local aonde caça, para evitar desperdícios ou caça desnecessária. Estes são alguns dos motivos da importância deste Orixá, e porque motivo é o Rei da Nação. Sua coragem e o fato de assegurar a sobrevivência faz com que a evolução continue, pois ele está relacionado à terra.

Floresta Sombria

Orikí ti Oxóssi

Pa kó torí san gbo dídé ajá in pa igbó
(Fisga, mata e arrasta ferozmente sua presa o cão morto na floresta)

Odé arólé o
(Ele é caçador herdeiro)

Arólé o oni sa gbo olówo
(Hoje o herdeiro exibe sua riqueza)

Ode arólé o nkú lode.
Ele é o caçador herdeiro que tem o poder de atrair a caça para a morte.





Títulos de Oxóssi e outros Orixás Odé

-Akueran - Um título que faz referência ao fato de se matar a caça, é o que faz todo caçador.

-Arole - Caçador da floresta da morte não teme Ikù nem Egun, este é um título exclusivo do Orixá Oxóssi que é um Oxô, feiticeiro, foi ele quem criou o pó de nome Arole que tem a capacidade de espantar Egun e a Morte. E presenteou Oiá com o Eruexim para que ela pudesse se proteger dos Eguns.

-Karele - Este é um título de Erinlé, que quer dizer, o que pode nos amparar em nossa casa.

-Danadana - Literalmente, o caçador acendeu o fogo; quando termina a sua caçada ele acende o fogo para cozinhá-la e preparar sua refeição, desta forma esta é um título que pertence a todos os Orixás caçadores.

-Figbole - Este é um título de Oxóssi que quer dizer, arqueiro habitante da floresta.

-Igbo - Referente a Erinlé por ser ele filho de Oxaguiã este é um nome referente a sua cidade de Origem.

-Erínlè - É também um outro Orixá Ode também conhecido como Ibualamo, tópico específico abaixo.

-Isewê - É um título de Erinlé, que faz alusão ao fato dele ter ligação com os mistérios da folhas assim como Ossain.

-Onikule - Este é um título que faz referência a Ogum e inúmeras divindades da caça que por suas funções relacionadas ao sacrifício são entitulados de senhores da casa da morte.

- Otin - IYÁ ODÉ OTÍN O PERFIL DO ORIXÁ
Otin - Orixá da caça, companheira de Odé ( a mãe de Odé chama-se Iyá Odé Apáòka,
cujo culto realiza-se em um pé de jaqueira), vive no mato em sua companhia, esta
Iyagbá é pouco cultuada no Brasil, seu culto é mais conservado nas nações de
Batuque no Sul do país. è raro encontrar filhos de Otin; é um Orixá feminino que
se alimenta de todo tipo de caça, porém seu alimento preferido é a carne de
porco.
As filhas de Odé Otin são aquelas cujo metabolismo básico e características de
personalidade herdadas geneticamente mais se identificam com uma matriz, a
própria Odé Otin, que se manifesta em ambientes como florestas cerradas, parques
onde animais são preservados, do contato do homem.
Dois Orixás iorubas que não apreciam contato com muita gente é: o mago Ossaiyn,
o solitário senhor das folhas, e Odé Otin, a caçadora. Possuem em comum o gosto
pelo individualismo e o ambiente que habitam; a floresta virgem, as terras
verdes não cultivadas.
A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido
pela civilização iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Os caminhos não
são traçados pelas cabanas, mas sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não
utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar livremente. É o território do
medo.
Odé Otin é um Orixá feminino responsável pela fundamental atividade da caça. É
tradicionalmente associado à lua e, por conseguinte, à noite, as Iyá mi Ajés e
os pássaros da noite, pois a noite é o melhor momento para a caça. Odé Otin e
Ossaiyn têm na floresta o próprio fim, nela se escondem. O primeiro para
capturar os animais, o segundo para poder estudar sozinho e recolher as folhas
sagradas.
Otin mora nas águas com Iyemanjá, Erinle e Oxum e na floresta com os irmãos
Ossaiyn, Ògún e Odé, no cultivo com Òrìsà Oko
Odé Otin e Ossaiyn representam as formas mais arcaicas de sobrevivência, a
apologia da caça em detrimento da agricultura, a apologia da magia e do
ocultismo em detrimento da ciência.
No Candomblé, a cor verde é consagrada a Ossaiyn por sua proximidade com as
folhas, ficando o azul para Odé Otin, um azul pouco mais vivo e claro que o de
Ogum, numa transição cromática.
Outro dado que identifica e aproxima Odé Otin de Ogum, é o fato de ambos
representarem atividades e possuírem temperamentos próprios de uma mesma faixa
etária, a juventude (mas não a adolescência, pois são mitos adultos, viris),
onde a energia se expressa fisicamente. é um Orixá que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar
organizado e estável. Seu combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando
os animais que vão garantir a alimentação da tribo, sendo por isso consagrado
como protetor dos caçadores e eterno provedor da subsistência do gênero humano.
Protege tanto o que mata o animal como o próprio animal, já que é um fim nobre a
morte de um ser para servir de alimento para outro. Protege os antagonistas, a
caçadora, e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta. Por isso Odé
Otin nunca aprova a matança pura e simples, para ele a morte dos animais deve
garantir a comida para os humanos ou os rituais para os deuses, sendo símbolo de
resistência à caça predatória. O conceito de liberdade e independência para Odé
Otin é muito claro. Sua responsabilidade principal com relação ao mundo é
garantir a vida dos animais para que possam ser caçados. Em alguns cultos,
também se atribui à ela o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi
introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.
Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos.
Seus símbolos são ligados à caça: no Candomblé, possui um ou dois chifres de
búfalo dependurados na cintura. Na mão, usa o eruquerê (eiru), que são pelos de
rabo de boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios, um ofá arco e
flecha, uma lança.
O mito da caçadora identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros
sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos
igualmente arraigados, num sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios
brasileiros.
Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos ritos
tradicionalistas africanos, alguns filhos de Odé Otin o identifiquem não com uma
negra, como manda a tradição, mas com uma Índia. Seu objeto básico é o arco e a
flecha, o ofá. e o odématá.
Odé Otin é o que basta a si mesmo. A ela estão ligados alguns Orixás femininos,
mas o maior destaque é para Oxum, Iyemanjá, Iyansã.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IYÁ ODÉ OTÍN
O filho de Odé Otin apresenta arquetipicamente as características atribuídas do
Orixá. Representa a marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para
sobreviver, mas sem alterá-lo. Odé Otin desconhece a agricultura, não muda o
solo para ele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a
caça.
No tipo psicológico a ela identificado, o resultado dessa atividade é o conceito
de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa
e da aldeia para embrenhar-se na mata, a fim de caçar. Seus filhos, portanto são
aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de
rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os
animais da proximidade da caçadora. Assim os filhos de Odé Otin trazem em seu
inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver
as observações tão importantes para seu Orixá.
Geralmente Odé Otin é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto
mental como fisicamente. Tem, portanto, grande capacidade de concentração e de
atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para
aguardar o momento correto para agir. Sua luta é baseada na necessidade de
sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o
que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que
não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento
certo no momento exato. É basicamente reservada, guardando quase que
exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreta quanto
ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de Odé Otin, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os
outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam
preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira
independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do
trabalho em equipe. Ao mesmo tempo, é marcado por um forte sentido de dever e
uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ela que recai o peso do
sustento da tribo.
Os filhos de Odé Otin tendem a assumir responsabilidades e a organizar
facilmente o sustento do seu grupo ou família. Podem ser maternais, mas sua
ajuda se realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou
trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com cada
membro da família. Não é estranho que, quem tem Odé Otin como Orixá de cabeça,
relute em manter casamentos ou mesmo relacionamento emocional muito estável.
Quando isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que
o conceito de casal para ela é o da soma temporária de duas individualidades que
nunca se misturam. Os filhos de Odé Otím compartilham o gosto pela camaradagem,
pela conversa que não termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente
alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá (ajuntó).
São pessoas tipicamente extrovertidas, gostando de viverem sozinhos, preferindo
receber grupos limitados de amigos. É, portanto, os tipos coerentes com as
pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham poucos, têm os pés
ligados a terra.

- Berujá - É um título utilizado por quase todos os Orixás que quer dizer, o que amedronta em uma luta.






Odè Erínlè
Erinlé o Ibualamo


O culto de Erínlè está centrado ao redor do rio Erínlè. Tido como filho de Ainá. Erínlè é considerado por muitos como filho mítico de Iemanjá e Oxaguiã. É um Orixá caçador, pescador e um médico, por conta de seu conhecimento das folhas e flora em geral. Ele adquiriu o conhecimento das folhas junto a Ossain.
Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado semelhante ao que carregam os sacerdotes de Ossain e de Ifá devido a importância deles como curandeiros medicinais.
Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ílobùú, Erínlè em Okuku. Em Cuba e Trinidad ele é conhecido como Erínlè Ajàjà. Ajàjà é um título honorífico que significa " Ele que come cachorro ".
No Brasil, no Candomblé de Ketu, ele é conhecido como Inlè e Oxossi Ibualama.

Erínlè é considerado por alguns como uma divindade hermafrodita, mas ele é no geral adorado como uma deidade masculina, o pai de Logun Edé. Erínlè é um Orixá das águas e das matas, mora nas matas com Ossain, Ogum e Oxóssi e nas águas com Iemanjá, Otin e Osún. Mas a residência correta deste Orixá é no encontro das águas do rios com as do mar.
Na tradição Lukumi, Erínlè é acompanhado por Ibojuto e Abátàn( pântano) é a divindade da baixada. Abátàn normalmente é considerada como a companheira de Erínlè. Quando Erínlè é assentado ela também é assentada. Come com Erínlè e participa de todos as suas oferendas. Ela é sua contraparte feminina, duas divindades que se unem como um, embora sejam distintos eles funcionam juntos como um. Há um equilíbrio, dando uma visão instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita das energias masculinas e femininas.




Além disson na tradição Lukumi, considera-se que a familia de Erínlè se compõe de: Abátàn( sua esposa), Boyuto( guardião de Erínlè e Abátàn), Otin( filha de Erínlè com Abátàn), Asipelu( ajudante de Erínlè), Logun Edé( filho de ErínlÈ com Osùn) e Asao( duplo Erínlè).
O awo-ota-Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè. Sopeiras ou potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associados com divindades femininas.
Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o Ópà Óréré( cajado com o pássaro de ferro, semelhante ao de Osányìn) representando sua importância como curandeiro e conhecedor do poder das folhas.



Rio Erinlé



Adurà Erínlè


Àwá ti Erínlè fi sodi o

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,

o Àwá ti Erínlè fi sodi

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,

o ogun ò jà jà

A guerra não pode nos atacar,

Kógun ó jà¹loòbú

A guerra não pode nos atacar e afetar Loòbú.

Àwá ti Erínlè fi sodi

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza

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