quarta-feira, 2 de junho de 2010

Exú , Ancestralidade e Egúngún

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Exú o imenso Infinito


É um Orixá indispensável dentro do culto, sem ele não existe Orixá, pois é ele que serve de mensageiro entre os Deuses e os seres humanos. Exú é o guardião das casas, dos templos das cidades e das pessoas. Toda vez, que for fazer algo a algum Orixá deve ser feito primeiro oferendas à Exú. Ele pode ser considerado o mais humano dos Orixás, nem completamente mau, nem completamente bom, talvez por esse motivo tenha sido associado ao Diabo dos cristãos. Como Orixá, diz-se que ele veio ao mundo com um porrete chamado Ogò, que teria a propriedade de transporta-lo, ele representa também toda a fertilidade que é consagrada a ele. Mensageiro dos homens aos orixás. Elemento dinâmico, caminha entre o céu ( orum ) e a terra ( aiyê ), sempre levando mensagens dos filhos aos orixás. Exú é único, e como único tem o poder de transformar tudo a sua volta. Exú está a frente da evolução do mundo, participando de tudo ao seu redor. Todo ser humano possui seu Exú individual, como tem seu Orixá. Exú é responsável pela comunicação, pela evolução, pois está associado a atividade sexual, que assegura a continuidade da espécie humana. Como é ligado a evolução, também é ligado ao destino das pessoas, e com isso pode circular livremente entre todos os elementos da terra. Ele também representa o feminino e o masculino. Exú , pôr ser o senhor dos caminhos, pela responsabilidade que ele tem, é o primeiro a ser cultuado em qualquer ritual. Somente ele tem o poder de abrir ou fechar os caminhos, conforme for tratado. Tanto pode trazer coisas boas, como má, pelo fato de estar sempre no caminho. A presença de Exú é necessária, pois somente ele transporta as oferendas e somente ele pode fazer aceita- las ou não. Se não agraciado no início de qualquer ritual, pode haver um desequilibro, o que faria que ele fechasse os caminhos e liberasse forças negativas para castigar quem não o tratou direito, pois ele pode punir ou proteger. Mas bem tratado, ele somente semeia o bem, fertilidade, saúde, harmonia. Seu local consagrado para adoração é a encruzilhada (orita), aonde todos os caminhos se cruzam, para poder observar e a partir daí, controlar todos os caminhos. Diz-se que Exú nasceu com uma lamina sobre a cabeça. Isso por sinal, é dito em uma de suas saudações;

"Sonso abè kó lórì erù" ( A lâmina é afiada, ele não tem cabeça para carregar fardo)





Reza para ÈSÙ

Este ADURA é para pedir proteção a ÈSÙ e abrir nossos caminhos. Este ÀDÚRÀ é tão simples e lógico que é bom memorizá-la e fazer dela nossa oração diária, bastando para isso rezá-la mastigando pimenta da costa 9 (nove) se for homem e 7 (sete) se for mulher. Faça esta oração e depois cuspa para frente a pimenta mastigada na boca. Se OLÓDÙMARÈ quiser seus pedidos acontecerão



ÈSÙ ONI BODE ODE ORUN OSETURA ENI OMO IYA ENI O MO BABA TI ADI TOJU BI OMO ELEGBARA IWO LA PE LONI WA JE WA LONI YI BI OMO TI NJE IYA RE WARA NITORI ROGBODIYAN ILE AYE PO JOJO OGUN NI WA, OGUN LEHIN ILE AYE OGUN OJOJUMO OGUN ATI YE TO MU OLOMO KI O MA MO OMO RE TO MU ORE DI OTA ARAWON TO MU ENI DU IPO OMO LAKEJI TO JEKI A FE OJU MO NKAN ENI A WA BE BE FUN ABO RE ÈSÙ LALU WA GBO ORO ATI AROYE WA SO WA BABA NJADE LO SO WA TI A PA PADA WA LE WA KI OGUN AYE MA LE RI WA GBE SE ÈSÙ OLO NA ONA TI ESU BA SI ENIKAN KI DI WA SI ONA FUN WA ENITI ÈSÙ BA SI ONARE LO SEGUN AYE SE WANI OLUSEGUN KI OTA MA LE RI NA GBE SE ENI ONA RE BA SI PEREGEDE LONI ALAFIA BABA ORO ÈSÙ ODARA DA ABO RE BO WA LONI ÀSÉ ÀSÉ ÀSÉ



ÈSÙ guardião do Céu OSETURA Aquele que não conhece sua mãe Aquele que não conhece seu pai Mas que recebeu todo cuidado de ADI O dinâmico É você que estamos chamando Venha nos atender hoje Assim que o filho atende sua mãe As intrigas deste mundo estão demais A guerra está na frente, a guerra está atrás de nós O mundo é uma guerra diária A guerra de sobrevivência Que fez os pais desconhecerem seus filhos Que fez os amigos virarem inimigos Que fez pessoas tomarem o lugar dos outros Que fez com que colocassem olho grande em nossas coisas Nós estamos pedindo a sua proteção ÈSÙ, o ouvidor Venha ouvir nossas palavras e reivindicações Proteja-nos ao sairmos de casa Proteja-nos ao voltarmos para casa Que a guerra deste mundo não consiga nos vencer ÈSÙ o dono dos caminhos O caminho que ÈSÙ abre ninguém é capaz de fechar Venha abrir nossos caminhos Aquele a quem ÈSÙ abrir os caminhos será o vencedor na guerra da vida Faça de nós vencedores Que o inimigo não consiga nos vencer Aquele que tem seus caminhos abertos Terá saúde, o pai de todas as riquezas ÈSÙ o imprevisto venha a nos proteger hoje com todas as forças ÀSÉ.

Aqui conto os dezesseis “ÉSÈ”, os quais todos ligados a Ifá, a seus 16 Odus, dentre os fundamentos dos Iton Ifá “ Contos de Ifá” de Ilè Ifé.






OS DEZESSEIS TÍTULOS DE ÈSÚ


Èsú Yangí - O Senhor da Pedra Vermelha “Laterita”

Èsú Agba - O Grande Senhor dos Ancestrais

Èsú Igba Keta - O Senhor da Terceira Cabaça

Èsú Okoto - O Senhor do Caracol

Èsú Oba Baba Èsú - O Rei e Pai de todos os Èsú

Èsú Odara - O Senhor Dos Bons Pedidos, e da Felicidade

Èsú Osije - O Mensageiro dos Orisa

Èsú Eleru - O Senhor das Obrigações e Rituais

Èsú Enu Gbarijo - O Senhor da Boca Coletiva

Èsú Elegbara - O Senhor do Poder Mágico

Èsú Bara - O Senhor do Corpo

Èsú L’Onan - O Senhor dos Caminhos

Èsú Ol’Obé - O Senhor da Faca

Èsú El’Ebo - O Senhor dos Ebos e Oferendas

Èsú Alaafia - O Senhor da Satisfação Pessoal

Èsú Oduso - O Vigia dos Odus

Ancestralidade





SOCIEDADES

Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyámi Oxorongá chamada também de Ìyá NIa, a grande mãe. Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas "Sociedades Gëlèdé", compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de Ìyámi nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino .


Além da Sociedade Gëlèdé, existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados. Oro é uma divindade tal qual Ìyámi Oxorongá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Ìyámi quanto Oro são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e representam a coletividade, mas o poder de Ìyámi é maior e, portanto, mais controlado, inclusive, pela Sociedade Oro.



Outra forma, e mais importante, é culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas "Sociedades Egungun". Estas têm como finalidade elaborar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade. Esses mortos surgem de forma visível mas camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte , denominada Egun ou Egungun. Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantêm a individualidade ; às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto.


EGUNGUN


O Egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele "nasce" através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixan, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a "morte se torne vida", e o Egungun ancestral individualizado está de novo "vivo".


A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos Orixás, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungun simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente — característica de Egun, chamada de séégí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom, chamado ijimerê na Nigéria


A roupa do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia , ou o Egungun propriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e, por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usam o ixan para controlar a "morte", ali representada pelos Eguns. Eles e a assistência não devem tocar-se, pois, como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por Egun se tornará um assombrado", e o perigo a rondará. Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os perigos de doença ou, talvez, a própria morte.


Ora, o Egun é a materialização da morte sob as tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial. E mesmo os mais qualificados sacerdotes — como os Ojé atokun, que invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns — desempenham todas essas atribuições substituindo as mãos pelo ixan.


Os Egun-Agbá (ancião), também chamados de Babá-Egun (pai), são Eguns que já tiveram os seus ritos completos e permitem, por isso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para que eles possam conversar com os vivos. Os Apaaraká são Eguns ,ainda mudos e suas roupas são as mais simples: não têm tiras e parecem um quadro de pano com duas telas, uma na frente e outra atrás. Esses Eguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; são traquinos e imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.


O eku dos Babá são divididos em três partes: o abalá, que é uma armação quadrada ou redonda, como se fosse um chapéu que cobre totalmente a extremidade superior do Babá, e da qual caem várias tiras de pano coloridas, formando uma espécie de largas franjas ao seu redor; o kafô, uma túnica de mangas que acabam em luvas, e pernas que acabam igualmente em sapatos, do qual ,também caem muitas tiras de pano da altura do tórax ; e o banté, que é uma larga tira de pano especial presa ao kafô e individualmente decorada e que identifica o Babá.


O banté, que foi previamente preparado e impregnado de axé (força, poder, energia transmissível e acumulável), é usado pelo Babá quando está falando e abençoando os fiéis. Ele o sacode na direção da pessoa e esta faz gestos com as mãos que simulam o ato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao contrário do toque na roupa, este ato é altamente benéfico. Na Nigéria, os Agbá-Egun portam o mesmo tipo de roupa, mas com alguns apetrechos adicionais: uns usam sobre o alabá máscaras esculpidas em madeira chamadas de erê egungun ; outros, entre os alabá e o kafó, usam peles de animais; alguns Babá carregam na mão o opá iku e, às vezes, o ixan. Nestes casos, a ira dos Babás é representada por esses instrumentos litúrgicos.

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