quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Uniões Criminosas

Seitas Criminosas


Como vimos formar uma seita que defendesse tal ponto de vista era extremamente comum, ou seja, era quase inevitável que acabassem surgindo grupos que visassem ao crime. Tão atraentes quanto as seitas esotéricas, essas facções criminosas foram formas tremendamente romanceadas por livros e filmes e transformadas em objeto de fascínio para alguns e de terror para outros. Duas das mais conhecidas seitas criminosas são a Ku Klux Klan e a Máfia, das quais falaremos um pouco a seguir.
A Ku Klux Klan é uma sociedade secreta racista e terrorista. Surgida, num primeiro momento, como uma brincadeira entre amigos na cidade de Pulaski, no estado do Tennesee, nos Estados Unidos, em 1865, tinha o objetivo de assustar negros ex-escravos. No entanto, ao perceberem o pavor que causavam, tornaram-se numa organização ideológica, racista e também de cunho xenófobo, promovendo a supremacia branca e o protestantismo. Inicialmente, o grupo cavalgava á noite e importunava os vizinhos. A implicação com os negros começou quando, após a Guerra Civil Americana, os escravos foram libertados. E as cavalgadas tornaram-se perseguições. No espaço de apenas um ano o grupo tornou-se racista e com agentes em diversos estados, incluindo ex-generais sulistas entre os chefes e financiamento de agricultores prejudicados pela abolição. Esse primeiro grupo foi reconhecido como entidade terrorista e banido dos Estados Unidos em 1872. Porém, um segundo grupo surgiu em Atlanta no ano de 1915 e era liderado por um pastor, Willian J. Simmons. Influenciado pelo filme O Nascimento de uma Nação, de D.W Griffith, que promovia a superioridade branca, reconstituiu a KKK como uma organização fraternal, cujo objetivo era “lutar pelo domínio dos brancos protestantes sobre os negros, católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes.”. Mais do que primeiro grupo, foi este que perpetuou as imagens aterrorizantes de linchamentos e de violência contra os negros. Ficou tão famoso que, em 1920, contava com um total de quatro milhões de membros, mas teve queda acentuada em sua popularidade a partir da época da Grande Depressão (1929) e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Hoje se estima que a seita possua cerca de três mil membros em todos os estados confederados.

Mafia



Falemos agora sobre a Máfia. Muitos não sabem que a conhecida organização criminosa começou no sul da Itália durante a época medieval, e que seus membros não eram criminosos, mas lavradores que alugavam as terras de senhores feudais. Porém, tinham como objetivo dividir essas terras e, para isso, começaram a depredar gado e plantações. Para evitar essa devastação, os interessados tinham de fazer um acordo com o grupo. Começava assim a prática ilícita da “proteção forçada”, que mais tarde se espalharia por todo o mundo. O nome da Máfia teria surgido, segundo uma das muitas variações, durante a ocupação do reino de Nápoles, pela dinastia de Bourbon, relacionada com a monarquia francesa. O grito da resistência, “Morte ala Francia, Itália anela!” (Morte á França, Itália avante!) teria originado o nome pelas iniciais de cada palavra. Há registros de rituais pelos quais os associados de cada ramo mafioso devem passar: um exemplo é o ritual de iniciação da Cosa Nostra siciliana, ocorrido quando um homem se torna um associado para, depois, for um soldado. O registro veio de Tommaso Buscetta, um ex-informante mafioso. O candidato (ou seja, o neófito) é trazido na companhia de pelo menos três “homens de honra” da família. O membro mais velho presente o adverte que “esta Casa” deve proteger os fracos contra o abuso dos poderosos. O ancião fura o dedo do iniciado e espalha seu sangue na imagem de um santo. Esta é colocada na mão do candidato e então incendiada. O neófito deve suportar a dor da queimadura e passar o objeto de uma mão para outra até que esteja totalmente consumida. Nesse meio tempo, deve jurar fidelidade aos princípios da “Cosa Nostra”, afirmando que “minha carne possa se queimar como este santo se falhar em manter meu juramento”. Os sicilianos possuem também um juramento de silêncio, conhecido como omerta, que proíbe qualquer homem, mulher ou criança de cooperarem com a polícia ou com o governo, mesmo no caso da esposa saber o nome de quem matou seu marido.


Nenhum comentário: