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GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO - GOSP
Federado ao Grande Oriente do Brasil - GOB
Trabalho do Gr:. de Aprendiz
TÍTULOS E JOÍAS NOS CARGOS DA ADMINISTRAÇÃO DA LOJA DE APRENDIZ
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“omnia sunt per allegorian dicta” (Aureliur
Augustinus) (Tudo é dito através da alegoria,
mas, para entendê-la, é preciso vê-la pelos
olhos do espírito – In Guimarães, João Nery -
A Maçonaria e a Liturgia: uma Poliantéia
Maçônica - Londrina/PR, Ed. A Trolha, 1998,
2ºv. p32)
I. PREÂMBULO
A Maçonaria trata dos Títulos dos cargos da Administração da Loja e das Jóias, de
forma indissociável. Cada Título se vincula a uma Jóia que o representa, e a união de
ambos origina uma unidade simbólica, através da qual a Loja Maçônica se organiza
administrativamente e transmite os princípios que perfilha.
Ao Presidente da Loja Maçônica é conferido o único Título Especial: o de
Venerável-Mestre. Este, juntamente com o 1o. e 2o. Vigilantes, respectivamente o 1º. e 2º.
Vice-Presidentes, constituem as Luzes da Loja que, ao lado do Orador, do Secretário e do
Chanceler, compõem as Dignidades da Loja, representativas de cargos eletivos, conforme
o artigo 88, parágrafo 2o., do Regulamento Geral da Federação – RGF.
Além das Dignidades, compõem o corpo administrativo das Lojas os assim
titulados, OFICIAIS, nomeados pelo Venerável-Mestre, aos quais é reservada a missão, ou
o ofício (daí o nome de Oficial), de auxiliar nos trabalhos de qualquer Sessão. Em seu artigo
101, o Regulamento Geral da Federação discrimina os Oficiais que poderão ser indicados
pela Loja e nomeados pelo Venerável, a saber: o Mestre de Cerimônias, o Hospitaleiro, o
Arquiteto, o Mestre de Harmonia, os Cobridores (2) e os Expertos (2). Porém, esse mesmo
dispositivo deixa claro que o rol de Oficiais não é taxativo, porquanto, além daqueles
expressamente previstos, também devem ser considerados outros previstos no Rito
respectivo.
O Rito Escocês Antigo e Aceito estabelece 22 cargos na Administração,
sendo possível a indicação de Adjuntos para cada um deles, exceto para as Luzes da Loja,
sendo que alguns desses Oficiais trabalham somente em Sessões especiais. Além das
Dignidades da Loja e dos demais Oficiais acima, o Rito Escocês Antigo e Aceito fixa os
cargos de: Diáconos (2), Porta-Bandeira, Porta-Espada, Porta-Estandarte, Mestre de
Banquetes e Bibliotecário.
As Jóias distintivas dos cargos, estampadas em metal, encontram-se presas
à extremidade dos Colares ou Fitas que se adaptam ao pescoço das Dignidades e Oficiais.
As Jóias das Luzes da Loja são conhecidas como superiores e móveis, porquanto são
entregues aos sucessores no dia de posse da nova administração. Existem ainda as Jóias
fixas, que são a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancheta, que representam
respectivamente os graus de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre. Essas Jóias dos graus
não serão abordadas neste trabalho, já que, nesta oportunidade, a dedicação concentrar-seá
em traçar breves considerações acerca dos Títulos dos Cargos e suas respectivas Jóias,
mormente no Grau de Aprendiz.
II. TÍTULOS DOS CARGOS E SUAS RESPECTIVAS JÓIAS
1a. Dignidade: Venerável-Mestre – Esquadro com ramos desiguais
O Venerável-Mestre é a autoridade máxima no Templo, detentora do único
Título Especial. Ele representa a Natureza em todas as suas manifestações. Deve, pois,
presidir os trabalhos com absoluta justiça e retidão, agindo de acordo com a Lei e de forma
imparcial. Assim, deve traduzir a expressão dos sentidos de justiça, equidade e igualdade,
ao abrir e presidir os trabalhos em Loja.
Sentado no eixo da Loja, o Venerável-Mestre é neutro, mas ativo no sentido
de promover a sociabilidade. Afinal, ele sabe que somente com o Esquadro é que se
consegue controlar a talha das pedras que se ajustarão entre si na construção da Grande
Obra. Nessa tarefa, cabe a verdade sob o controle da autoridade conquistada pelas
virtudes, coragem e competência, bases de sua Sabedoria.
A Jóia confiada ao Venerável-Mestre é o Esquadro com ramos desiguais. Este
artefato é formado pela junção da horizontal com a vertical formando um ângulo de
90o. graus, que representa a quarta parte do círculo. Apresenta dois lados desiguais,
como os dois lados do triângulo retângulo dos pitagóricos. É utilizado para traçar
ângulos retos ou perpendiculares. Sobre o peito do Venerável-Mestre, o ramo mais
longo fica do lado direito.
O Esquadro constitui em emblema dos mais expressivos em defesa da inteligência e
melhoramento moral da raça humana. Representa a retidão de ação e de caráter.
Determina a moralidade da conduta humana, demonstrando que é a linha e a régua
maçônicas que indicam o caminho da virtude a que devemos trilhar na vida (profana
ou maçônica), por meio de retos e harmoniosos pensamentos, ações e palavras que
nos tornarão dignos do Ser Supremo. Esse poder de representação abarca dois
sentidos, pois, de um lado, incide sobre a ação do Homem sobre a Matéria e, de outro,
sobre a ação do Homem sobre si mesmo. Porém, inclina-se para um único objetivo:
vontade de praticar o bem.
Constitui um artefato de capital importância para o processo de transformação
da Pedra Bruta em Pedra Cúbica. Por tal motivo, deve ser confiado aquele que tem a
missão de criar Maçons perfeitos – o Venerável-Mestre, que tem a obrigação de ser o
Maçom mais reto e justo da Loja por ele presidida. .
2a. Dignidade: 1o. Vigilante - Nível
O 1o. Vigilante é o assessor direto do Venerável-Mestre, a quem solicita a palavra
diretamente por um golpe de malhete e a recebe de igual modo. Tem o dever de dirigir
e orientar a Coluna dos Companheiros, cabendo ao 2º. Vigilante a orientação dos
Aprendizes. Essa ordem, porém, por razões ainda, segundo os autores, não
plenamente compreendida e que talvez mereçam um estudo apartado, não é seguida
por todas as Lojas, sendo que muitas delas a invertem.
A Jóia reservada ao 1o. Vigilante é o Nível. Essa ferramenta é formada por um
esquadro justo, com ângulo no ápice de 90o, utilizada tanto para traçar linhas paralelas
na horizontal, como para se verificar a horizontalidade de um plano É um instrumento
menos completo que o Esquadro, porém mais que o Prumo, e por tal razão é
conferido ao 1o Vigilante, aquele que naturalmente pode assumir o lugar do Venerável-
Mestre, em caso de sua ausência.
Objetivamente o Nível é o instrumento destinado a determinar a horizontalidade de
um plano. Ao inserí-lo na ordem simbólica, provoca a reflexão acerca da igualdade,
base do direito natural. Não permite aos Maçons deixar esquecer que todos somos
irmãos – filhos da mesma Natureza –, e que devemos nos interagir com igualdade
fraterna. Todos são dignos de igual respeito e carinho, seja aquele que ocupa o mais
elevado grau da Ordem, seja o que se acha iniciando sua vida maçônica. O Nível
lembra que ninguém deve dominar os outros.
A exemplo da morte – que é a maior e inevitável niveladora de todas as
efêmeras grandezas humanas, reduzindo todos ao mesmo estado –, o Nível nos faz lembrar
que a fraternidade deve ser praticada entre os irmãos com igualdade, sem distinções, ainda
que estas existam dentro da organização hierárquica da Ordem.
3a. Dignidade: 2o. Vigilante - Prumo
O 2o. Vigilante é a Dignidade responsável pela direção e orientação da Coluna
de Aprendiz, assim como é encarregado de substituir o 1o. Vigilante em sua ausência e de
transmitir as ordens do Venerável-Mestre em sua Coluna por intermedição do 1o. Vigilante.
Cabem aqui as advertências já feitas a respeito das inversões de ordem feitas por muitas
Lojas quanto ao papel dos Vigilantes na direção e orientação de Aprendizes e
Companheiros e que, por cento, merecem um estudo à parte.
A Jóia confiada ao 2o. Vigilante é o Prumo. Este instrumento é composto de
um peso, geralmente de chumbo, suspenso por um barbante que forma a perpendicular.
Serve para se verificar a verticalidade de objetos. Na Maçonaria, é fixado no centro de um
arco de abóbada.
Este artefato simboliza a profundidade do Conhecimento e da retidão da
conduta humana, segundo o critério da moral e da verdade. Incita o espírito a subir e a
descer, já que leva à introspecção que nos permite descobrir nossos próprios defeitos, e nos
eleva acima do caráter ordinário. Com isso, ensina-nos a marchar com firmeza, sem desviar
da estrada da virtude, condenando e não deixando se dominar pela avareza, injustiça, inveja
e perversidade e valorizando a retidão do julgamento e a tolerância.
É considerado como o emblema da estabilidade da Ordem.
4a. Dignidade: Orador – Livro aberto
O Orador é investido no dever de zelar e fiscalizar o cumprimento rigoroso
das Leis Maçônicas e dos Rituais. Daí ser a única Dignidade que, na ordem administrativa
da Loja Maçônica, não compõe o Poder Executivo, sendo um Membro do Ministério Público
(artigo 96 do RGF). A atribuição desse Título implica no conhecimento profundo das leis,
regulamentos e dos particulares do ofício, e, como assessor do Venerável-Mestre, pode a
este solicitar diretamente a palavra. Como Guarda da Lei e tendo como uma de suas
atribuições trazer luzes para uma dúvida de ordem legal, não é sem razão que o Sol,
simbolicamente, está do lado do Orador. O Livro Aberto é a sua Jóia, que nos faz lembrar
de que nada estará escondido ou em dúvida. Simboliza o conhecedor da tradição do espírito
maçônico, o guardião da Lei Magna Maçônica, dos Regulamentos e dos Ritos.
5a. Dignidade: Secretário – Duas penas cruzadas
O Secretário, auxiliar direto do Venerável Mestre, é o responsável pelos
registros dos trabalhos em Loja, para assegurar que serão passadas à posteridade todas as
ocorrências; daí lhe ser confiado o dever de lavrar as atas das sessões da Loja nos
respectivos livros, manter atualizados os arquivos, além de outras atribuições próprias do
cargo, que são em grande número. Assim como a Lua, um símbolo desse cargo, deverá
refletir o que ocorre em Loja. A Jóia do Secretário é representada por Duas Penas
Cruzadas, sabendo todos da utilidade antiga da pena como instrumento de escrita e, sendo
duas penas cruzadas, asseguram que haja a ligação do passado com o presente, a tradição
que registrará a “memória” da Loja para a posteridade.
6a. Dignidade: Tesoureiro – Duas chaves cruzadas
Cabe ao Tesoureiro praticar todos os atos inerentes à vida financeira e
contábil da Loja, tais como: arrecadar toda a receita da Loja e pagar todas as despesas;
cobrar contribuição em atraso, zelar pelo numerário pertencente à Loja, apresentar
orçamento, balancetes e balanço geral da Loja, e organizar a escrituração contábil. A sua
Jóia é representada por duas Chaves Cruzadas, símbolo maior da sua atribuição de zelar
pelo numerário da Loja, obedecendo o que lhe disse seu Instalador quando de sua posse:
“Essa Jóia deve lembrar-vos que vosso dever é zelar pela perfeita arrecadação das
contribuições dos Obreiros e de outra receitas, bem como zelar pela exata execução das
despesas da Loja.”
7a. Dignidade: Chanceler – Timbre da Loja
Ao Chanceler é confiada a condição de depositário do Timbre e do Selo da
Loja, motivo pelo qual assume a obrigação principal de timbrar e selar os papéis e
documentos expedidos pela Loja, dentre outras atribuições, tais como: zelar pelo livro de
presença da Loja, emitir certificados de presença a irmãos visitantes, manter em dia o
controle de presenças da Loja, para fins de votações, guardar o Livro Negro e o Livro
Amarelo e manter manutenção dos arquivos com os dados necessários à perfeita
qualificação dos Membros e seus cônjuges e dependentes. A Jóia fixada em sua fita é o
Timbre da Loja ou Chancela, a representar seu papel de Guarda-Selo da Loja. Este
artefato não possui nenhum significado esotérico, representando apenas o símbolo alusivo
ao título.
Oficial: Mestre de Cerimônias - Régua
O Mestre de Cerimônias deve ser o encarregado por todo cerimonial da Loja,
devendo, portanto, ser um profundo conhecedor da ritualística. A perfeição dos trabalhos em
Loja, tendo como consequência e Paz e a Harmonia, depende muito de uma boa atuação do
Mestre de Cerimônias. É confiada a ele a Jóia representada por uma Régua Graduada,
símbolo do aperfeiçoamento moral, da retidão, do método, da Lei e com uma gama de
simbologia que bem merece um trabalho à parte sobre essa ferramenta.
Vale lembrar também que o Mestre de Cerimônia empunha com a mão direita
um Bastão (sucedâneo da Espada) encimado por um Triângulo que nos faz recordar do
cajado dos primeiros pastores.
Oficial: Hospitaleiro - Bolsa
O Hospitaleiro recebe atribuições diretamente relacionadas à organização dos
atos de beneficência e solidariedade maçônicas em defesa dos menos favorecidos,
passando desde a obrigação de fazer circular o Tronco de Beneficência durante as sessões
até presidir a Comissão de Beneficência. Concretiza o verdadeiro símbolo do mensageiro do
amor fraterno, sendo-lhe confiada a Jóia representada por uma Bolsa, artefato que bem
representa o ato de coleta dos óbolos da Beneficência.
Oficiais: Diáconos (2) - Pomba
A palavra Diácono deriva do grego e significa servidor. Os Diáconos, em
número de dois no Rito Escocês Antigo e Aceito, exercem a função de verdadeiros
mensageiros. O 1o. Diácono é encarregado de transmitir as ordens do Venerável-Mestre ao
1o. Vigilante e a todas as Dignidades e Oficiais, de sorte que os trabalhos se executem com
ordem e perfeição; já o 2o. Diácono deve executar a mesma tarefa, sendo que as ordens
partirão do 1o. Vigilante e serão transmitidas ao 2o. Vigilante, zelando para que os Irmãos se
conservem nas Colunas com respeito, disciplina e ordem. A Jóia confiada aos Diáconos é a
Pomba, uma alusão à simbologia de mensageira inerente a essa ave.
Oficiais: Expertos (2) - Punhal
Esses Oficiais são encarregados, dentre outras funções, de proceder ao
Telhamento dos visitantes antes de ingressarem no Templo, e, como “Irmão Terrível”, de
acompanhar e preparar os candidatos à Iniciação, inclusive durante as provas às quais são
submetidos. Durante a Sessão, são substitutos eventuais dos vigilantes (artigo 109, do
Regulamento Geral da Federação), em caso de ausência. O Punhal é a sua respectiva Jóia,
e simboliza o castigo e o arrependimento reservados aos perjuros. Também representa uma
arma a ser usada na defesa da liberdade de expressão, tendo, ao invés do tradicional
significado de traição, uma simbologia ligada à fortaleza.
Oficial: Porta-Bandeira - Bandeira
O Porta-Bandeira abraça o dever de portar o Pavilhão Nacional segundo o
protocolo de recepção da Loja, com o propósito precípuo de representar a Pátria, zelando
pelo mais alto sentimento patriótico. Assim, como não poderia ser diferente, lhe é confiada
a Jóia representada por uma Bandeira, que reproduz em forma diminuta o Pavilhão
Nacional. .
Oficial: Porta-Estandarte - Estandarte
Compete ao Porta-Estandarte guardar e transportar o Estandarte da Loja e
suas condecorações, fazendo-os presentes em eventos como convenções, solenidades,
congressos, encontros e reuniões maçônicas. A Jóia a ele confiada é o Estandarte.
Oficial: Porta-Espada - Espada
O Porta-Espada tem, como Jóia, uma Espada, mais especificamente a
Flamejante (de fogo) com suas doze ondulações ou curvas, tida como a espada dos
guardiães angélicos. Com este desenho estilizado de raio, lembra a “Espada de fogo” dos
“Querubins” (Gen. 2:24) – símbolo do poder criador ou da vida. É apresentada nas Sessões
Magnas de Iniciação, pelo Porta-Espada ao Venerável-Mestre, quando da Sagração do
neófito. Somente nessas ocasiões, e também nas Sessões Magnas de Elevação e
Exaltação, é que este Oficial deixa seu assento no Oriente, à esquerda do Venerável-Mestre
para exercer seu ofício. Como somente um Mestre Instalado pode tocar na Espada
Flamejante, esse artefato é entregue ao Venerável sobre uma almofada, para que o
Venerável possa pegá-la e empunha-la com a mão esquerda, para o ato de Consagração.
Oficiais: Cobridores (2) - Duas espadas cruzadas (Cobridor Interno)
Alfange (Cobridor Externo)
Os Cobridores, tanto o Externo como o Interno, possuem obrigações bem
específicas. O Cobridor Interno deve guardar e vigiar a entrada do Templo, zelando pela
plena segurança dos trabalhos da Loja e controlando a entrada e a saída de Obreiros. É o
responsável, portanto, direto pela proteção contra o mundo externo e pela regularidade
ritualística no acesso ao Templo. Ele carrega em seu colar Duas Espadas Cruzadas, que é
o símbolo do combate franco e leal e da vigilância. Em guarda para o combate, as duas
espadas cruzadas nos ensinam a nos pormos em defesa contra os maus pensamentos e a
ordenarmos moralmente nossas ações. São as armas da vigilância e de proteção contra o
mundo profano.
A seu turno, o Cobridor Externo é o contato entre o mundo externo e o interior
da Loja, garantindo o rigoroso silêncio nas cercanias do Templo e zelando para que não
haja evasão sonora durante a realização dos trabalhos em Loja. Assim, esse Oficial deve
permanecer no vestíbulo do Templo, como seu Guardião, cobrindo-o, telhando-o (ou
fazendo o Telhamento) para que não haja Goteira. A sua Jóia é a Alfanje, que consiste em
um sabre de folha curta e larga. A literatura não tráz maiores explicações sobre esta Jóia,
mas como o sabre é uma espécie de espada, permite-se deduzir que o seu sentido
simbólico é semelhante ao da Jóia do Cobridor Interno, isto é, o de defesa, no caso externa,
contra qualquer violação contra o templo. Esse cargo, infelizmente, está sendo relegado e
abandonado pelas Lojas.
Oficial: Mestre de Harmonia - Lira
É conferido ao Mestre de Harmonia o dever de selecionar e executar belas
peças musicais, pertinentes a cada sessão, em seqüência apropriada à luz do Ritual, bem
como fazer soar, nos momentos oportunos, o Hino Maçônico, o Hino Nacional Brasileiro e o
Hino à Bandeira Nacional. A Jóia que lhe é confiada é a Lira – instrumento musical dos mais
antigos de que se tem notícia, considerado símbolo da música universal.
Oficial: Arquiteto - Trolha
Ao Arquiteto são conferidas as tarefas de garantir tudo quanto pertencer às
decorações, ornatos e cerimoniais do Templo, segundo cada sessão, além de assumir a
guarda e responsabilidade dos materiais usados e inventariá-los. A verificação das
condições de uso dos utensílios e móveis, providenciando eventuais reparos e substituições,
também é inerente à sua função do Arquiteto.
Este Oficial carrega, como Jóia, uma Trolha, que simboliza a indulgência, o
perdão, a tolerância, a equidade e a união. Trata-se de um artefato usual dos pedreiros,
aqueles que manipulam a argamassa da União Fraterna, cimentando as pedras do Edifício
na busca da Unidade. A Trolha tem a função de reunir, misturar e unificar, constituindo-se
no símbolo do amor fraterno que deve unir todos os Maçons.
Oficial: Mestre de Banquete - Cornucópia
O Mestre de Banquete está incumbido de organizar os Banquetes, Coquetéis
e Ágapes fraternais de sua Loja. Este Oficial usa como Jóia uma Cornucópia, que simboliza
a abundância, a fartura, às vezes cercada por flores e frutas.
Oficial: Bibliotecário – Livro fechado cruzado por uma caneta
O Bibliotecário é o responsável pela Biblioteca da Loja. Cabe a ele organizar
e coordenar a utilização dos livros pertencentes à Loja. A Jóia confiada a este Oficial é o
Livro fechado cruzado por uma caneta, símbolo auto-explicativo para as atribuições
desse cargo.
III. CONCLUSÃO .
A despeito de serem breves as considerações formuladas, há de se
reconhecer sobeja importância dos Títulos dos cargos e suas respectivas Jóias no universo
maçônico. Em primeiro plano, gozam de relevante papel na administração de uma Loja
Maçônica, porquanto distinguem os cargos e elevam os seus ocupantes à honorificência, o
que certamente contribui para a seriedade e disciplina dos trabalhos desenvolvidos no dia-adia.
Já no plano litúrgico, os Títulos e Jóias também merecem deferência. A
Maçonaria se expressa através de Símbolos. A ampla compreensão e o pleno exercício dos
ideais e deveres maçônicos estão indissoluvelmente condicionados ao desafio de desvendar
justamente as alusões do simbolismo maçônico. Afinal, já dizia A. MICHA (LE Temple de la
Verité ou la Francmaçonnerie Dans la veritable doctrine, 2a. ed., Anvers, p. 63, In:
Guimarães, João Nery. A Maçonaria e a Liturgia: Uma Poliantéia Maçônica. Londrina,
Trolha, 1998, p. 29), “se a verdade sobre a natureza essencial do ser e da vida universal é
tão alta e tão sublime que nenhuma ciência vulgar ou profana não pode chegar a descobrir,
o simbolismo é, por sua vez, como uma espécie de revestimento, de meio de conservação
ideal dessa verdade e uma linguagem ideográfica que a Iniciação entrega à nossa
meditação, e que só os Iniciados podem traduzir sem deformar-lhe o sentido”.
E, certamente, os Títulos e a Jóias constituem ricos e valiosos símbolos a
serem cada vez mais refletidos, com vistas a libertar o pensamento universal, evoluir e se
aproximar do Grande Arquiteto do Universo.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
RITUAL DE APRENDIZ: Rito Escocês Antigo e Aceito – GOB – Edição 2001
ASLAN, Nicola. Comentários ao Ritual de Aprendiz: Vade-Mecum Iniciático. Londrina/PR,
Ed. A Trolha, 1995, v.2.
ASLAN, Nicola. Grande Dicionário de Maçonaria e Simbologia. Londrina/PR, Ed. A Trolha,
1996, 4v.
BELTRÃO, Carlos Alberto Baleeiro. As Abreviaturas na Maçonaria. São Paulo/SP, Ed.
Masdras, 1999, 166p.
CARVALHO, Assis. Cargos em Loja. 7. ed., Londrina/PR, Ed. A Trolha, 1998, 201p.
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria: Seus Mistérios, Seus
Ritos, sua Filosofia, sua História. São Paulo/SP, Ed. Pensamento, 2000, 550p.
GUIMARÃES, João Nery. A Maçonaria e a Liturgia: Uma Poliantéia Maçônica. Londrina/PR,
Ed. A Trolha, 1998, v. 1, p. 38-41
PACHECO Jr., Walter. Entre o Esquadro e o Compasso. 2 ed., Londrina/PR, Ed. A Trolha,
1997, 213p.
Um comentário:
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