segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Árvore da Vida



Filosofia
A Árvore da Vida
A árvore da Vida, de que fala a Bíblia, é a mesma coisa que a pedra filosofal dos alquimistas? Em parte. Para compreender o assunto é necessário retroceder na História da Humanidade.
Houve tempo em que a Humanidade era bissexual e cada um dos seus membros podia gerar corpos sem ajuda de outro.
Porém, quando foi necessário formar um cérebro, para que o espírito pudesse criar por meio do pensamento, metade da força sexual foi retirada, para se construir com ela o órgão do pensamento. Tornou-se então necessário a cada ser humano, procurar a cooperação de outro que tivesse o polo contrário. Como antes da separação dos sexos, os seres humanos ainda não tinham cérebro e os seus olhos ainda não estavam abertos, viviam inconscientes no Mundo Físico e não se podiam guiar por si mesmos. Por isso, os Anjos juntavam-nos em certas épocas do ano, quando as forças planetárias eram propícias à realização do acto gerador, como um sacrifício religioso, no qual davam parte dos seus corpos para gerar veículos para outros espíritos. Nesse simples contacto o espírito atravessava por um momento o véu da carne e Adão conheceu a sua esposa.
(...)
Os precursores da Humanidade dessa época notaram também que os corpos morriam; por isso, começaram a preocupar-se com a maneira de substitui-los. A solução deste problema foi dada por certa classe de espíritos, saídos dentre os Anjos, e que eram uma espécie de semi-deuses. Estes espíritos, também chamados lúciferes, ou dadores da luz, iluminaram a Humanidade nascente, mostrando-lhes que podia gerar corpos em qualquer altura. Desde então os corpos foram gerados sem terem em conta as condições planetárias e por isso o parto passou a ser acompanhado com dor, como profetizara o Anjo e daí por diante produziram-se corpos inferiores. Então, os Anjos ensinaram à Humanidade como deviam construir corpos de crescente e gradual perfeição entre a morte e o novo nascimento. Se o Homem nesse afastadíssimo passado tivesse aprendido a renovar o seu corpo vital, como se lhe ensinou a construir o seu corpo denso, a morte teria sido impossível e então seria imortal como os deuses; mas como era ainda um ser imperfeito, também seriam imortalizadas as suas imperfeições, e o progresso, a evolução, seria impossível.
(...)
Nesta peregrinação contínua entre a vida e a morte, chegará o tempo em que o Homem estará pronto para possuir os poderes da Vida. Só então o seu corpo se purificará e o tempo de Vida terrena será muito maior. Só então encontrará a pedra filosofal, ou elixir da Vida. Os alquimistas procuraram obter esse veículo puro e santo, mas não foi da maneira como supõe a maior parte dos ignorantes, segundo processos químicos, em laboratórios. A nomenclatura que deu essa impressão foi necessária porque viviam numa época em que uma igreja dominadora os arrastaria para a morte se conhecessem a verdade. Quando diziam que tratavam de transformar os metais pobres em ouro, diziam a verdade, não só no ponto de vista material como no espiritual. O ouro foi sempre o símbolo do espírito. E esses alquimistas tratavam de tratar os seus corpos, que eram de natureza inferior, e transmutá-los em corpos superiores e espiritualizados, pela sublimação dos instintos.
Sempre se empregaram os símbolos para designar o poder da pureza. No Antigo Testamento fala-se no templo de Salomão, que se construiu sem ruído de martelos. O mais formoso ornamento dele era o mar fundido, que Hirão Abiff, o construtor, conseguiu, pela transformação de todos os metais da terra, tornando-os tão transparentes como o cristal! Também no Oriente o Iniciado procura converter-se numa alma diamantina, pura e transparente. Aí, a Pedra Filosofal é o símbolo duma alma purificada, saída dos corpos que se foram transformando e espiritualizando, O corpo da alma que peca, morre, mas o da alma pura, será imortal mediante o elixir da vida, a “Árvore da Vida”, convertendo-se num corpo vital que durará milénios como veículo do espírito.
(...)
Quando abusa dele, isto é, quando o usa para satisfazer os sentidos, como um vício, com ou sem matrimónio legal, então peca contra o Espírito Santo. Esse pecado tem de ser expiado. A humanidade está actualmente sofrendo por causa desse pecado. Os corpos débeis, as enfermidades que nos assaltam, foram causados por centenas de abusos; e, enquanto não aprendamos a dominar as nossas paixões, não haverá saúde perfeita na raça humana.
Nascemos de pais que satisfizeram as suas paixões em qualquer momento e de qualquer modo, sem o devido respeito pelo seu semelhante. Por isto sofremos, e estamos lançando as mesmas enfermidades sobre os nossos filhos de geração em geração, seguidos de sofrimento e tristezas, até que compreendamos que a criança tem de nascer bem, porque tem esse direito, assim como tem de receber os cuidados devidos e ter as necessárias condições físicas durante o período subnatal.
(Resumo do texto publicado)

Max Heindelin Filosofia Rosacruz em Perguntas e RespostasII Vol.Trad. Maria do Céu

Nenhum comentário: