sábado, 28 de junho de 2014

Iniciação – Aspectos controversos

Por Hercule Spoladore 
 Hercule Spoladore
Iniciação termo que consta nos dicionários como sendo o ato ou efeito de iniciar-se, ou o começo de qualquer coisa. Seria o recebimento das primeiras noções, de coisas misteriosas ou desconhecidas para os esotéricos, ou iniciar-se em uma profissão, um esporte ou em qualquer atividade humana.
Evidentemente esta é uma noção geral não se referindo tão somente à Iniciação Maçônica, a qual é apenas uma das muitas formas de iniciação, pois existe um número grande de entidades iniciáticas tais como as esotéricas, seitas das mais variadas tendências, religiões, escolas filosóficas, movimentos políticos cuja admissão as vezes é feita por uma iniciação. Até mesmo nas seitas satânicas existem iniciações. Leia mais

Também não se quer abordar os Grandes Iniciados, homens iluminados que já nasceram assim. Dotados de mentes abertas, cósmica em perfeita harmonia com a natureza e cujas combinações de seus gens que já trouxeram do ventre materno toda a genialidade como um Leonardo da Vinci, Bhuda, Pitágoras, Einstein, Cristo e tantos outros que poderiam aqui ser citados.
A abordagem deste trabalho será tão somente sobre Iniciação Maçônica e como cada maçom a recebe.
Quando se fala de Iniciação Maçônica, acredita-se que se esteja enfocando as Iniciações verdadeiras aquelas que logo de inicio se consegue pelo menos em parte envolver o iniciando nas profundezas dos mistérios da mente e do Universo, sendo este apenas o começo. Para completar esta Iniciação o adepto continuará seu trabalho, e sua luta será apenas sua e de mais ninguém e ele só a conseguirá através de muito estudo, meditação muito esforço, desprendimento dos males do consumismo e assim progredindo por toda a sua vida aproximar-se da Iniciação total. Nunca chegará a Iniciação completa. Sempre terá algo a acrescentar para chegar a total espiritualidade.
Atualmente, apesar do trauma mental violento e agressivo causado pela tecnologia, como consequência do avanço da ciência como um todo, da Realidade virtual da Mecatrônica da Robótica, da Nanociência, da Neurociência Neuro-Psicologia está se conhecendo um pouco mais sobre a mente humana e sua relação com o cérebro, o Homem Moderno desmistificou as religiões tradicionais, e também já não aceita incontável número de seitas e outras religiões que estão surgindo sempre com o pretexto de enquadrar as demais como sendo a melhor, se autodenominado abertas e ecumênicas, sem preconceitos, sem descriminações e chamando para si o verdadeiro caminho da busca divina. Batendo nesta tecla muitas destas religiões são fundadas com o único intuito de seus chefes somente arrecadar dinheiro. Pura balela. 
O Homem Moderno não aceita mais este estado de coisas. Mas os que não têm esta qualidade, ainda infelizmente, são milhões, estes são docilmente manipulados por uma falsa fé, que eles aceitam como verdadeira, sendo que estes pobres infelizes são envolvidos pelos mais variados dogmas e baboseiras que lhe são impostos, em nome de Deus.
O Homem Moderno é um buscador de verdades, esperto pesquisador das verdades transcendentais sabe inquirir deduzir e avaliar o que está correto. Este terá que forçosamente seguir outro caminho para ter suas respostas. Ele quando se enquadra neste grupo tem procurado várias correntes e entre elas a Maçonaria para viver novas experiências e encontrar respostas. 
Segundo Jung a “psicanálise foi o primeiro grito contra o império dogmático e sufocante das religiões”. Ao submeter-se ao divã o Homem estaria dando primeiro passo em direção a suprema ventura de conhecer-se a si próprio.
Sabe-se hoje que este autoconhecimento é conseguido sem participação da psicanalise, Desde que o Homem se recolha simbolicamente à sua “caverna da Montanha” como fez Zaratustra, ou por meditação, ou por ascese, ou se reciclando metodicamente, auxiliado pela sua autocrítica, após muito esforço, muito estudo, muito desprendimento chegará à sua iluminação interior.
Se um maçom chegar mais ou menos perto deste autoconhecimento estará realizado. A verdadeira Maçonaria espera só isso dele. Nada mais. Não esquecer que ela é uma escola de vida. Todavia isto apenas acontecerá no dia em que o maçom compreender e sentir este aspecto de sua vida cósmica.
Entretanto esta sensibilização é própria e particular de cada indivíduo, já que os seres humanos seres vicissitudinários, estando sujeitos às mudanças em suas vidas. Existem milhões de fantasmas dentro de cada um. 
Referem-se três aspectos fundamentais na vida do Homem: sua vida pessoal, seu relacionamento com o mundo e sua vida cultural.
É justamente neste último aspecto que o Homem Moderno nas suas buscas, entra em conflito entre a sua espiritualidade e as regras que a sociedade de consumo e as religiões tentam impor a eles. É preciso ter muito cuidado, ir com muito vagar, para não perder-se neste emaranhado de pensamentos e teorias, pois eles representam um verdadeiro labirinto.
Aliás, o labirinto, é um símbolo usado pelos antigos os quais erguiam os seus templos em forma de labirinto. Como se sabe os labirintos apresentam duas situações um centro e um caminho tortuoso, repleto de obstáculos que deverá ser percorrido com paciência e sabedoria para se chegar próximo a este centro, pois a Iniciação ocorrerá por toda a vida. A iniciação é eterna busca incessante deste centro.
Este centro seria o “estado do ser” o nosso outro EU, aspecto duplo de nossa personalidade. Esta seria então a finalidade da Iniciação Maçônica quando o adepto tenderá simbólica e espiritualmente chegar perto deste centro.
Todavia, muitos maçons apesar de todo este arsenal e toda a espiritualidade que a Ordem oferece para que possa leva-los às mais perenes verdades, no entanto, estão trocando este potencial, ou substituindo por outros valores de menor importância.
Muitos maçons se vangloriam que foram iniciados em tal dia, em tal loja-mãe, contam detalhes, querem explicar a seu modo as sensações que sentiram, mas se referem tão somente ao transcorrer material do ritual e não ao simbolismo espiritual e a experiência pela qual passaram ou deveriam passar. Correm atrás de graus, achando que este fato os torna sábios, não usam a ética para com seus irmãos, e mesmo assim acham que atingiram sua iluminação interior. Falsa sensação, puro engodo.
A verdadeira Iniciação em realidade não ocorre no dia do recebimento teatral de um novo membro na Ordem. Este seria apenas o começo apenas algumas pinceladas simbólicas do que está por vir.
A Maçonaria continua sendo secreta e inatingível para a maioria dos maçons. Muitos Irmãos acham que a Ordem é filantropia ou é voltada para a beneficência então se desgastam tentando resolver geralmente de maneira ingênua e inoperantes os problemas sociais que assolam a comunidade.
Outros pensam que a Ordem deve ter sua participação na politica, como se suas lojas fossem grêmios políticos. Os mais exaltados lançam mãos de manifestos sem efeito politico algum, ou então da militância politica.
Estão se esquecendo de que a Maçonaria é uma Escola de Vida, ela apenas prepara o adepto ensinando-o a ser um maçom verdadeiro, um homem com menos defeitos, mas tão somente mostrando-lhe o caminho. Se o maçom tiver pendores para a politica ou para a filantropia, ou qualquer outra atividade social então a Ordem guiará com seus princípios para que este Irmão atue como um verdadeiro embrião social, ou uma semente fértil, em torno da qual se aglutinará uma multidão como um todo e ele atuará como um líder. A Maçonaria apenas prepara o irmão. Não será ela agindo diretamente. Será o Maçom que fará este papel.
Infelizmente certo número de maçons acaba sendo uma conjura contra a própria Ordem. Um grande número de pequenas autoridades autodidatas, querendo moldar a Ordem à sua semelhança, fazendo com que seu modo de pensar e agir como se sejam os próprios princípios da Ordem, cujo poder advém pelo fato de não serem contestados, sendo que na maioria das vezes o maçom comum, os próprios mestres aceitam sem discuti-los, e isto faz com que se desvie a atenção do verdadeiro sentido iniciático da Maçonaria.
Este fato é uma consequência direta da falta de cultura porque a maioria dos maçons não lê, não estuda, não procura ser melhor, não faz reciclagem de sua vida maçônica e nem tenta saber por que entrou para a Ordem.
Não basta usar o avental e autoproclamar-se maçom. Não adianta usar o distintivo do compasso/esquadro na lapela, não adianta ostentar o grau 33 e não saber como um mestre deve se comportar realmente.
Não se está ensinando o que é Maçonaria para ninguém, porem a realidade é a que foi exposta. Nada foi inventado. Está tudo escrito. Basta tão somente os maçons enquadrados nesta descrição, terem um pouco mais de paciência e lerem e tomarem conhecimento do legado que nos deixaram os melhores mestres do passado.
Quem conseguir entrar num templo e sentir o poder espiritual dos símbolos que enxerga pela frente e ver neles a expressão divina e humana do seu significado mais transcendental, dentro do seu dinamismo atual; quem puder sentir a beleza interior de um Ritual, quando bem executado, quem puder contemplar as luzes místicas e sentir a Divindade presente, quem puder olhar o Pavimento Mosaico e entender a lei dos opostos quem conseguir adentrar a uma sessão de mente totalmente aberta, quem puder após muitos anos de estudos e perceber que modificou e que agora sente o GADU, mais universal e melhor, mais abrangente mais humano, sem rancores que não manda seu povo eleito decepar a espada seus inimigos, neste dia talvez o Irmão esteja a caminho de sua Iniciação Real, a qual é dinâmica, não é estanque, porque sempre haverá ter um a degrau a mais a ser galgado em escala cósmica.

*Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil-Londrina-PR


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Para ler e meditar: o incrível processo da morte e os 5 arrependimentos antes de morrer

*Por Barbosa Nunes
Recebi este magnífico texto de Drauzio Varella, encaminhado pelo maçom membro do Conselho Estadual do Grande Oriente do Estado de Goiás e da Loja “João Guerra de Oliveira”, Olavo Junqueira de Andrade. Por merecimento recentemente nomeado desembargador do Poder Judiciário Goiano, coroando sua dedicada carreira, no ápice da magistratura goiana, a quem ratifico cumprimentos e orgulho dos seus irmãos da Maçonaria. O tema me remete com meditação aos 70 anos de idade, dos quais me aproximo. Acrescento ao final os cinco principais arrependimentos antes de morrer, retirados de um livro de Bronnie Ware, enfermeira australiana, especialista em cuidados de doentes terminais, que merecem profunda meditação. Iniciemos pelo texto de Drauzio Varella. Leia mais
"Nossos filhos se tornaram adultos e tiveram filhos. O nascimento de um neto é evidência de que não somos mais necessários para a perpetuação de nossos genes. Desse momento em diante a vida seguirá em frente, estejamos ou não por perto. Em 70 anos, uma recém-nascida se tornou avó ou bisavó. Quando nos aposentamos, a vida corre mais devagar. Nossos movimentos também estão mais lentos. Os sinais externos da idade ficam mais evidentes. Nossos sentidos estão menos sensíveis.
Desde o nascimento, começamos a perder os cílios responsáveis pela captação dos sons, no interior do ouvido. Nessa idade já temos dificuldade para escutar os sons de alta frequência. Devagar, com o tempo, perderemos até os que captam frequências baixas. Os ossículos que transmitem as ondas sonoras da membrana do tímpano para dentro do ouvido endurecem. Fica difícil ouvir o que os outros falam.
A visão também piora. A vida inteira expostos aos raios de sol, o cristalino, a lente dos olhos, perde a elasticidade e escurece. Pode até mudar a cor dos olhos. O cérebro precisa fazer acrobacias para compensar essas alterações.
O esqueleto reflete bem o desgaste de muitos anos. Os ossos continuam fabricando células novas para substituir as velhas, mas os osteoblastos já não dão conta de repor as células perdidas. A perda constante de massa óssea torna os ossos quebradiços: é a osteoporose, um perigo permanente. Sofrer uma fratura é muito mais fácil. Isso acontece com ambos os sexos, mas as alterações hormonais da menopausa aceleram o processo nas mulheres.
Por que a aparência de nosso corpo muda tanto entre os 40 e os 70 anos? É bem mais do que uma questão de uso e desgaste. O envelhecimento é um processo que afeta uma por uma de nossas células. A cada dia, bilhões de nossas células se dividem em duas. Para isso, precisam duplicar o DNA, e destinar uma cópia para cada célula-filha. Enquanto as células mais velhas morrem, as recém criadas ocupam o lugar deixado por elas. O problema é que o mecanismo de divisão celular é sujeito a pequenos erros. Quando o DNA é copiado, as imperfeições contidas nele também são duplicadas.
Cada um desses erros é transmitido às células-filhas, às células-netas e, assim, sucessivamente, para todas as descendentes. É como nas fotografias: cópias de cópias perdem a nitidez. Desde o nascimento trocamos todos os ossos do nosso rosto a cada dois anos. Aos 70 anos, nossa face é a trigésima quinta cópia da que tínhamos ao nascer. A cada cópia as imperfeições se tornaram mais aparentes. É por isso que parecemos tão diferentes quando estamos mais velhos.
Outra causa do envelhecimento está no ar que respiramos. Sem oxigênio não podemos sobreviver, mas ele nos corrói lentamente. Dentro de cada célula, as mitocôndrias são nossas centrais energéticas, nossas fábricas de energia. Elas combinam o oxigênio com os nutrientes para produzir a energia necessária ao funcionamento do organismo. Nesse processo são liberados poluentes, chamados de radicais livres, que agridem as próprias paredes das mitocôndrias e comprometem a produção de energia. Como consequência, não conseguimos mais repor as células necessárias, nem corrigir os defeitos ocorridos em seu DNA. O funcionamento dos órgãos fica comprometido. Eles podem falhar.
A morte, como a vida, é um processo construído no interior de nossas células. Da mesma forma que o DNA controla nosso desenvolvimento, também limita a duração de nossas vidas. Em cada cópia de si mesma, a célula perde um pequeno fragmento de DNA. Depois de bilhões de divisões, foi perdido tanto DNA que a capacidade de formar novas células fica comprometida.
A morte não é um acontecimento instantâneo. É um processo através do qual os órgãos pouco a pouco entram em falência. Ao dar as últimas batidas, o coração espalha pelo corpo um hormônio que alivia a dor: as endorfinas. Sem oxigênio, os órgãos param de funcionar. Em dez segundos a atividade cerebral cai. Em quatro minutos o cérebro será lesado irreversivelmente. Perderemos a condição humana.
A audição é o último sentido a nos abandonar. Mas algumas células permanecem vivas até mesmo depois da morte: as da pele ainda se dividem por 24 horas. E são necessárias 37 horas para que o último neurônio encerre a sua atividade.
Para alguns de nós, a vida pode durar muito tempo. Quem nasce hoje tem expectativa de viver 80 anos ou mais. Mas todas as jornadas um dia devem terminar.
Depois de nossa morte, nossos filhos e netos carregarão nossos genes no interior de suas células, e vão transmiti-los para seus descendentes. Nossa vida continuará dentro deles. As memórias que deixamos, também. A nossa Viagem Fantástica chegou ao fim."
O livro de Bronnie Ware, nos ajuda muito a aceitar a vida e vivê-la nos exemplos que ela nos traz, assim sintetizados após anos de convivência com pacientes terminais, que assim falaram:
1 - Gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim — Este foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, percebem claramente que muitos sonhos não foram realizados.
2 - Gostaria de não ter trabalhado tanto  — Ouvi isso de todos os pacientes do sexo masculino que cuidei. Eles perderam a juventude de seus filhos e a companhia de seus parceiros. Todos os homens lamentaram profundamente gastar tanto tempo de suas vidas no trabalho.
3 - Queria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos — Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, eles se acomodaram em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eles realmente eram capazes de ser. Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ressentimento que carregavam.
4 - Gostaria de ter mantido contato com meus amigos  — Muitas vezes eles não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até que nas últimas semanas de vida percebem que não foi possível encontrar essas pessoas. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo.
5 - Eu queria ter me permitido ser mais feliz  — Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem que a felicidade é uma escolha no fim da vida. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões, o famoso “conforto” com as coisas que são familiares. O medo da mudança fez com que elas finjam para os outros e para si que estavam contentes quando, no fundo, queriam poder rir de verdade e aproveitar as coisas boas da vida.
Vivamos enquanto há tempo, procurando viver a vida com otimismo, alegria,  amizade e sem arrependimentos no seu final.
*Barbosa Nunes é Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil
barbosanunes@terra.com.br.

extraido do blog: http://omalhete.blogspot.com.br/2014/06/para-ler-e-meditar-o-incrivel-processo.html#more